Pipoca e Coca Cola
Um papo como tantos num desses momentos deliciosos do cotidiano... uma idéia que une pessoas tão próximas e com tanto em comum... e a possibilidade de uma viagem sem destino e sem compromisso por palavras e sentimentos de mãe e filhos.
sábado, 22 de setembro de 2012
É, o texto é repetido...
...mas é que eu preciso dizer, vô.
Como dói a sua ausência. Como o senhor faz falta na minha vida. Como eu penso tanto em você, e tão frequente. Como às vezes eu ainda acho que vou te encontrar, falar contigo. Cantar uma música sertaneja com você. Te chamar para assistir o último filme do Bourne. Colocar na mesa o seu prato e o seu garfo. Olhar o seu sorriso simples. Pedir perdão. Te abraçar, dizer que te amo.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Feriado
Hoje é dia 2 de novembro, dia de finados. Feriado. E aqui estou eu, aproveitando. Não trabalho amanhã - que coisa boa.
Mas o engraçado é que não paro de pensar em você.
Não, eu não sou das mais religiosas, eu sei. Mas não tem como não pensar em você.
Deixa eu ver... Fazem quase quatro anos que você se foi. Eu lembro. Eu estava dormindo quando o pai me acordou. Eu dormia no colchão. O pai me acordou. Maya, o vô morreu. Assim, simples assim. Eu não assimilei de fato. O quê?
Eu chorei. Mais por convenção, admito. Afinal, fazia anos que eu não era mais muito próxima de você. Mas não me julgue, por favor. As lágrimas eram verdadeiras.
A ficha foi caindo assim, aos poucos. Lendo declarações de amor a você. Ouvindo depoimentos. Absorvendo lembranças.
Eu me lembro de você frequentemente, sabe, vô. É engraçado que foi com você que eu descobri como as orelhas crescem quando envelhecemos. É incrível, mas cada vez que vejo alguém mais velho, com suas orelhas enormes, eu lembro de você! Esta é uma das minhas primeiras lembranças.
Quando eu pego o "circular-centro", então... As memórias pululam. Eu lembro de quando, logo após a separação, e eu fui morar em Foz, e a gente tinha que ir de ônibus pra escola, e o senhor ia mancando - eu não me lembro exatamente o porquê -, e eu esperava o senhor. O senhor ia tão devagar para o ponto de ônibus... Mas eu gostava de te acompanhar. Nossa, como eu tinha orgulho! O senhor era tesoureiro do colégio, eu me orgulhava tanto do senhor ocupar este cargo tão importante! Ainda mais, eu lembro, na minha formatura de quarta série - a única que eu tive -, foi o senhor que me entregou o diploma. Ah, eu me lembro até hoje do orgulho em seus olhos! Do seu sorriso...
Mais tarde, quando as coisas não estavam bem para você e para a vó, vocês foram morar em Corbélia, com a gente. E eu sei, e isso me dói. Eu não tinha muita paciência com você... Me perdoa, vô! Você não sabe como eu me arrependo disso... Dessa minha intolerância com essa "gente velha que não me entende"...
Depois vocês voltaram pra Goiás. Você já não estava bem, vô... Eu lembro. Não, eu já não era criança, mas eu fui tão ingrata...
Eu lembro de você no hospital, quando eu precisei... Naquele momento, vôzinho, eu vi tanto amor nos seus olhos... E aquilo me doeu tanto, eu não queria que você sofresse, jamais! Eu te amava tanto, vô! Eu te amo tanto!
Eu lembro daquelas férias, a penúltima antes de você ir embora, eu queria passar mais tempo com você... Você já tinha uns sessenta e poucos anos, e ainda assim tinha que trabalhar, e eu sofria com isso... Aluguei "A identidade Bourne" pra gente assistir junto, você lembra? Eu queria passar mais tempo com você.
Nas últimas férias que eu passei com você, um pouco antes de você ir, você foi internado quando a gente chegou... Ficou tantos dias no hospital... Eu ficava de vez em quando com você, fazia massagens em você, você lembra? Eu tentava demonstrar que eu te amava... Apesar de ser cruel com você, não querer aceitar as suas manias.
Teve um dia, você deve se lembrar, foi um pouco antes do dia 15, um pouco antes de você ser internado pela última vez, que você queria ver jornal... A gente já tinha ficado a noite inteira vendo "Friends" e rindo alto, e você não tinha conseguido dormir direito. E nesse dia, que você queria ver jornal, eu, demonstrando muita ira em meus olhos - perdão, vô! -, coloquei no jornal, como você queria, mas de uma maneira tão ingrata... Tão mesquinha! E você me olhou nos olhos, vô, com seus olhos quase cegos de catarata, e de uma maneira tão desapontada, que me mostrou deu tanta dor... E eu, orgulhosa como sou, apenas saí da sala, me achando a pessoa mais injustiçada do mundo... Mas jamais esqueci desse seu olhar. Da dor que ele emitia.
E você foi para o hospital. E ficou. Dias e dias.
E eu tinha que ir embora, pra Foz. Uma vida nova me esperava, e eu não ligava pra "velharias". Mas eu sabia, vô. Eu soube quando entrei no seu quarto pra me despedir. Eu falei pra vó: "o vô vai melhorar, fique tranquila", mas eu sabia que não ia. Eu soube no momento que te vi. A tua respiração pesada. A sua magreza. Eu sabia que ali seria a última vez que te veria.
Mas eu disse adeus, e fui. E alguns dias depois, veio a notícia.
...
Eu só quero que você saiba, vôzinho, que eu te amo. E que, se você conseguir, eu gostaria que você me perdoasse, vô. Por tudo.
Mas o engraçado é que não paro de pensar em você.
Não, eu não sou das mais religiosas, eu sei. Mas não tem como não pensar em você.
Deixa eu ver... Fazem quase quatro anos que você se foi. Eu lembro. Eu estava dormindo quando o pai me acordou. Eu dormia no colchão. O pai me acordou. Maya, o vô morreu. Assim, simples assim. Eu não assimilei de fato. O quê?
Eu chorei. Mais por convenção, admito. Afinal, fazia anos que eu não era mais muito próxima de você. Mas não me julgue, por favor. As lágrimas eram verdadeiras.
A ficha foi caindo assim, aos poucos. Lendo declarações de amor a você. Ouvindo depoimentos. Absorvendo lembranças.
Eu me lembro de você frequentemente, sabe, vô. É engraçado que foi com você que eu descobri como as orelhas crescem quando envelhecemos. É incrível, mas cada vez que vejo alguém mais velho, com suas orelhas enormes, eu lembro de você! Esta é uma das minhas primeiras lembranças.
Quando eu pego o "circular-centro", então... As memórias pululam. Eu lembro de quando, logo após a separação, e eu fui morar em Foz, e a gente tinha que ir de ônibus pra escola, e o senhor ia mancando - eu não me lembro exatamente o porquê -, e eu esperava o senhor. O senhor ia tão devagar para o ponto de ônibus... Mas eu gostava de te acompanhar. Nossa, como eu tinha orgulho! O senhor era tesoureiro do colégio, eu me orgulhava tanto do senhor ocupar este cargo tão importante! Ainda mais, eu lembro, na minha formatura de quarta série - a única que eu tive -, foi o senhor que me entregou o diploma. Ah, eu me lembro até hoje do orgulho em seus olhos! Do seu sorriso...
Mais tarde, quando as coisas não estavam bem para você e para a vó, vocês foram morar em Corbélia, com a gente. E eu sei, e isso me dói. Eu não tinha muita paciência com você... Me perdoa, vô! Você não sabe como eu me arrependo disso... Dessa minha intolerância com essa "gente velha que não me entende"...
Depois vocês voltaram pra Goiás. Você já não estava bem, vô... Eu lembro. Não, eu já não era criança, mas eu fui tão ingrata...
Eu lembro de você no hospital, quando eu precisei... Naquele momento, vôzinho, eu vi tanto amor nos seus olhos... E aquilo me doeu tanto, eu não queria que você sofresse, jamais! Eu te amava tanto, vô! Eu te amo tanto!
Eu lembro daquelas férias, a penúltima antes de você ir embora, eu queria passar mais tempo com você... Você já tinha uns sessenta e poucos anos, e ainda assim tinha que trabalhar, e eu sofria com isso... Aluguei "A identidade Bourne" pra gente assistir junto, você lembra? Eu queria passar mais tempo com você.
Nas últimas férias que eu passei com você, um pouco antes de você ir, você foi internado quando a gente chegou... Ficou tantos dias no hospital... Eu ficava de vez em quando com você, fazia massagens em você, você lembra? Eu tentava demonstrar que eu te amava... Apesar de ser cruel com você, não querer aceitar as suas manias.
Teve um dia, você deve se lembrar, foi um pouco antes do dia 15, um pouco antes de você ser internado pela última vez, que você queria ver jornal... A gente já tinha ficado a noite inteira vendo "Friends" e rindo alto, e você não tinha conseguido dormir direito. E nesse dia, que você queria ver jornal, eu, demonstrando muita ira em meus olhos - perdão, vô! -, coloquei no jornal, como você queria, mas de uma maneira tão ingrata... Tão mesquinha! E você me olhou nos olhos, vô, com seus olhos quase cegos de catarata, e de uma maneira tão desapontada, que me mostrou deu tanta dor... E eu, orgulhosa como sou, apenas saí da sala, me achando a pessoa mais injustiçada do mundo... Mas jamais esqueci desse seu olhar. Da dor que ele emitia.
E você foi para o hospital. E ficou. Dias e dias.
E eu tinha que ir embora, pra Foz. Uma vida nova me esperava, e eu não ligava pra "velharias". Mas eu sabia, vô. Eu soube quando entrei no seu quarto pra me despedir. Eu falei pra vó: "o vô vai melhorar, fique tranquila", mas eu sabia que não ia. Eu soube no momento que te vi. A tua respiração pesada. A sua magreza. Eu sabia que ali seria a última vez que te veria.
Mas eu disse adeus, e fui. E alguns dias depois, veio a notícia.
...
Eu só quero que você saiba, vôzinho, que eu te amo. E que, se você conseguir, eu gostaria que você me perdoasse, vô. Por tudo.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Campo Mourão, 09 de setembro, 2011
O evento:
Lançamento do livro "Um olhar sobre a Aids"
Autoras:
Ana Carla Polisseri, Larissa Bortoli, Paula Fernandes
Breve apresentação:
Lançamento do livro "Um olhar sobre a Aids"
Autoras:
Ana Carla Polisseri, Larissa Bortoli, Paula Fernandes
Breve apresentação:
terça-feira, 14 de junho de 2011
Duelo
"Chegando em casa então ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez"
(Faroeste Caboclo - Legião Urbana)
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez"
(Faroeste Caboclo - Legião Urbana)
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Os bons são a maioria!!!
O primeiro que eu vi foi "para cada corrupto existem oito mil doadores de sangue".
Depois, "na internet há mais resultados para amor do que para medo".
Hoje, "há mais pessoas que cantam no trânsito do que as que reclamam".
...
Que sou "cocólatra" assumida é fato.
Que amo propaganda, também.
E tem algumas sacadas que são inomináveis de tão geniais - às vezes, por sua simplicidade.
Sempre gostei da linha de propaganda da Coca Cola - há muito tempo existe uma "apelo institucional". E desta vez, ela se superou. Fantástico. Está com uma série de propagandas que exalta o fato de que fundamental são os valores - ela pinça pequenas coisas da realidade cotidiana, e as cita agregando ao seu nome os valores éticos com que crescemos. Ela traz a mensagem de que sim, vale a pena acreditar. E a gente acaba lembrando que no fundo, sempre acreditamos. Não desistimos. No site tem o download de um livro (tive problemas aqui, não consigo abrir) chamado "125 razões para acreditar".
Tá, eu sei, eu sei, gentes, a coca cola não está só preocupada com o planeta, com as pessoas, com os valores éticos fundamentais que muita gente esquece. Ela quer, sim, alavancar vendas. E quer ter seu nome ligado aos valores que cita na campanha. Mas e daí? Que problema tem se ela consegue fazer propaganda e ainda lembrar em momentos do dia a dia que existem razões para acreditar???
Se cada um faz sua parte, o mundo pode ser um lugar melhor.
=)
Depois, "na internet há mais resultados para amor do que para medo".
Hoje, "há mais pessoas que cantam no trânsito do que as que reclamam".
...
Que sou "cocólatra" assumida é fato.
Que amo propaganda, também.
E tem algumas sacadas que são inomináveis de tão geniais - às vezes, por sua simplicidade.
Sempre gostei da linha de propaganda da Coca Cola - há muito tempo existe uma "apelo institucional". E desta vez, ela se superou. Fantástico. Está com uma série de propagandas que exalta o fato de que fundamental são os valores - ela pinça pequenas coisas da realidade cotidiana, e as cita agregando ao seu nome os valores éticos com que crescemos. Ela traz a mensagem de que sim, vale a pena acreditar. E a gente acaba lembrando que no fundo, sempre acreditamos. Não desistimos. No site tem o download de um livro (tive problemas aqui, não consigo abrir) chamado "125 razões para acreditar".
Tá, eu sei, eu sei, gentes, a coca cola não está só preocupada com o planeta, com as pessoas, com os valores éticos fundamentais que muita gente esquece. Ela quer, sim, alavancar vendas. E quer ter seu nome ligado aos valores que cita na campanha. Mas e daí? Que problema tem se ela consegue fazer propaganda e ainda lembrar em momentos do dia a dia que existem razões para acreditar???
Se cada um faz sua parte, o mundo pode ser um lugar melhor.
=)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Obrigada.
Acho que você não sabe o quanto eu sou grata.
Claro, muitas vezes não pareço. Eu sei.
É essa minha irritabilidade constante, essa minha grosseria, minha falta de atenção contigo.
Sei que eu não sou fácil de conviver, sei que a minha rispidez te fere profundamente.
Sei que de vez em quando (sempre) eu te abandono, te deixo sozinha - mesmo sabendo que você está precisando de companhia.
Mas saiba, mãe, que eu agradeço imensamente por ter você na minha vida.
Eu agradeço a Deus por ter feito você ser a minha mãe.
.
Eu já fui cruel contigo - e sou ainda, as vezes, eu sei -, mas não é voluntário, saiba disto. É essa minha mania de tratar quem eu amo mal, mesmo.
Eu já disse coisas das quais me arrependi. Já tive atitudes para com você das quais eu me arrependi.
É por isso que eu te peço perdão, mãe.
Eu sei que eu não vou me consertar assim, do nada.
Mas eu estou tentando, juro.
E neste post eu só quero dizer obrigada. Por tudo.
Pela força que você está dando para mim ultimamente.
Pela esperança que você tem no meu futuro.
Pelo seu esforço em não ser invasisa comigo.
Pela paciência em aturar os meus acessos de raiva.
Pelos chocolates durante as minhas crises.
Pela confiança depositada quando fez o seguro do carro.
Por me perdoar quando eu te faço sofrer.
Por me fazer gostar de Legião, de ler, de Drummond, de teatro, e de tantas outras mil coisas.
E, principalmente, pelo amor. Este amor imenso que me rodeia e me faz sentir protegida e única no mundo.
Obrigada, amorzinho.
Claro, muitas vezes não pareço. Eu sei.
É essa minha irritabilidade constante, essa minha grosseria, minha falta de atenção contigo.
Sei que eu não sou fácil de conviver, sei que a minha rispidez te fere profundamente.
Sei que de vez em quando (sempre) eu te abandono, te deixo sozinha - mesmo sabendo que você está precisando de companhia.
Mas saiba, mãe, que eu agradeço imensamente por ter você na minha vida.
Eu agradeço a Deus por ter feito você ser a minha mãe.
.
Eu já fui cruel contigo - e sou ainda, as vezes, eu sei -, mas não é voluntário, saiba disto. É essa minha mania de tratar quem eu amo mal, mesmo.
Eu já disse coisas das quais me arrependi. Já tive atitudes para com você das quais eu me arrependi.
É por isso que eu te peço perdão, mãe.
Eu sei que eu não vou me consertar assim, do nada.
Mas eu estou tentando, juro.
E neste post eu só quero dizer obrigada. Por tudo.
Pela força que você está dando para mim ultimamente.
Pela esperança que você tem no meu futuro.
Pelo seu esforço em não ser invasisa comigo.
Pela paciência em aturar os meus acessos de raiva.
Pelos chocolates durante as minhas crises.
Pela confiança depositada quando fez o seguro do carro.
Por me perdoar quando eu te faço sofrer.
Por me fazer gostar de Legião, de ler, de Drummond, de teatro, e de tantas outras mil coisas.
E, principalmente, pelo amor. Este amor imenso que me rodeia e me faz sentir protegida e única no mundo.
Obrigada, amorzinho.
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