domingo, 6 de junho de 2010

A primeira carteirada nunca se esquece...


Manhã de sábado, a exatos vinte dias de completar 64 anos, minha mãe está conosco no ponto de ônibus, aguardando para um tour em Salvador.


"Sua mãe paga ônibus?"


"Não sei. É sessenta ou sessenta e cinco anos a idade para o benefício?"


"Não sei."


Confabula, confabula, confabula.


"Mamãe, a senhora não paga passagem."


"Como assim, não?"


"Sessenta anos, mamãe, não paga passagem."


"Mas eu não tenho carteirinha!"


"Pode ir tranquila, dona Zelinda. É só mostrar a identidade."


...


"Filha, o motorista não gostou muito, não. Ficou me olhando de cara feia! Eu ainda disse a ele, 'quer olhar, quer???' "


"Ê, DonaMaria!!! Dando carteirada, hein???"


"Como assim, carteirada?"


Explicado como, lembro-me de outra primeira carteirada que testemunhei - daquela feita, "IMPRENSA", e conto a ela, e rimos, e seguimos viagem - eu em um banco, ela e Ramon em outro. De repente, viajando em meus pensamentos, meus olhos pousam numa placa sobre a porta da frente: "NESTE VEÍCULO, MAIORES DE 65 ANOS NÃO PAGAM PASSAGEM. LEI FEDERAL XXXX." Aceno com a cabeça, mostrando a Ramon que, incontinenti, mostra a ela. E caio na gargalhada. Ainda bem que o motorista não quis olhar, né, DonaMaria???? Tenho dó de mim se ele o tivesse feito...


2 comentários:

Paula de Assis Fernandes disse...

ahaaaaa!
obrigando a vó a cometer práticas ilegais! bonito, heim...
rsrrs

Maya disse...

hehe
imagino como a vó não ficou, depois... morrendo de vergonha!!!
=D

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