Acho que acontece por causa da idade. Ou não.
Eu vinha, sob chuva forte, para o trabalho. Bem mais cedo do que o habitual. para acertar pendências, "deixar a casa arrumada". O cadarço do tênis desamarrou, e tentei amarrá-lo, tarefa impossível: guarda-chuva em uma mão, mochila de viagem em outra. Andei meia quadra até encontrar um ponto mais alto, onde pudesse colocar o pé e me apoiar, e finalmente consigo amarrar o cadarço. Ao dar a laçada, o lapso.
*
"Mas eu não consigo, mãe!"
"Claro que consegue, filha. É só querer, e tentar com cuidado."
Paulinha tenta, com seus dedinhos pequenos, dar a laçada no tênis. Parada ao seu lado, Maya observa, atenta. Duas ou três tentativas depois, ajuda imperceptível da mãe, o laço sai. Meio como "O Elefante", de Drummond, mas ali, garboso e real. "Viu, Paulinha? Eu sabia que você conseguia!!!" Com esta constatação, Maya é toda sorrisos, beijos, abraços e júbilo sobre a irmã.
*
Estes laivos repentinos do passado são, na verdade, pequenos oásis nos meus dias.
6 comentários:
A Maya nunca mais me beijou porque eu amarrei os sapatos... será que não me ama mais?!!? :(
Lindo. Adorei o seu lapso, Lu.
Dá pra imaginar a Paula e a Maya...Tão bonito!!!!
Haha. Nãooo, Paula, eu estou esperando você aprender a ver as horas!!
=D
Putz, não lembrava dessa cena... E quando eu aprendi a amarrar os sapatos, o que aconteceu?!?!?
Ahaaaa! Eu já sei ver as horas! Comprei até um relógio!!!!
Viu, Paulinha? Eu sabia que você conseguia!!!
=]
=)
=D
=*
=**
=***
|o|
(oh, não sei fazer emoticon de júbilo... droga!)
tá que o meu relógio é digital, mas eu vejo as horas nele... :D
Postar um comentário