Ontem à noite tento me conectar, não consigo. "Merda", penso, "tenho que ir amanhã pagar."
Hoje logo após o almoço vou até o provedor para resolver o problema (não, não há débito em conta. Não há boletos, tampouco. E não, não tem conta no BB pra eu transferir), e nem bem coloco a ponta do pé na porta, vem chegando a moça responsávelo pela assistência técnica, suando em bicas e empurrando uma bicicleta. Sorrio para a atendente à mesa, enquanto a moça da bicicleta senta-se em outra cadeira e segue-se um diálogo no mínimo, inusitado. Se não esdrúxulo.
"Boa tarde" (eu)
"Essa é a mãe da Paula!" (a atendente, com cara de quem descobriu a roda)
"É, eu sou..." (eu de novo)
"Eu sei que ela é a mãe da Paula." (a moça da bicicleta)
"Tá indo pra casa agora?" (atendente)
"Ah, não, acabei de vir de lá!" (moça da bicicleta)
"Não, na verdade..."(eu)
"Já fui lá duas vezes debaixo deste sol!!!" (bicicleta)
"Mas não falta só ela?" (atendente)
"É, só falta ela. (suspiro)" (bicicleta)
"Então ela vai lá agora com a senhora..." (atendente)
"Na verdade, eu só vim pagar..." (eu)
"Ah, mas a internet não tá funcionando e ela tá visitando os clientes..." (atendente)
"É, eu tô." (bicicleta)
"...e só falta a senhora..." (atendente)
"É, só falta. E já fui lá duas vezes debaixo deste sol!" (bicicleta)
"... pra reinstalar o sistema..." (atendente)
"Já fui lá duas vezes hoje!" (bicicleta)
"Ah! Então é por isso que não consegui entrar na net ontem..." (mais um pensamento em voz alta do que uma constatação)
"É. Mas ela pode ir lá com a senhora..."
"É, eu posso. Mas eu já fui duas vezes hoje, se não der posso ir depois."
"Não, não. (Deus me livre!) Se você puder ir agora, eu tô em horário de almoço... melhor ir agora, porque depois, só à noite... e à noite você não trabalha, não é?"
"É. Então vamos logo!" E já se levanta pegando a bicicleta pra sair.
"Tudo bem. Mas eu tô à pé... vou demorar um pouquinho mais do que você que está de bicicleta..."
"Então a senhora vai na frente, mãe da Paula. Daqui a cinco minutos eu saio e encontro a senhora lá."
Os cinco minutos, na verdade, foram quase trinta. Acho que de castigo porque ela teve que vir, mais uma vez, embaixo daquele sol. E agora a mãe da Paula tá aqui contando esta história pra falar do que mais marcou nesta historinha: perdi a conta do número de vezes em que a Paula torceu o nariz por ser conhecida e/ou reconhecida como a "filha da Lu" e, no final, toda moeda tem dois lados: a filha da Lu e a mãe da Paula. Cara e Coroa.
2 comentários:
HAHAHAHA
E ela não te bateu? Não te deu um chute? Nada???
Pq, caso me lembre, a minha fama não era das melhores, já que eu saía xingando todo mundo...
Inclusive já fiz barraco no negócio de internet!!!
hahaha!!!
Bom, mas se você está sã e salva, fico feliz, mãe da Paula!
hahaha
éééééééé, mãe da paula... mas você não ficou meio revoltada por alguém te chamar assim? eu lembro que a filha da lu sempre ficava... hehehe
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