domingo, 13 de setembro de 2009

Sobre escolhas

É madrugada e aqui estou eu, morrendo de sono.
O que eu tento aqui é cumprir com um certo propósito que eu fiz comigo mesma, e é sobre isso que eu escrevo. Sobre escolhas. E responsabilidades.

Depois de um fim de semana deveras interessante, cheio de conversas, surpresas, constatações (e um pouco de álcool), eu tento escrever. E escrever sobre algo que foi motivo de uma conversa também interessante (apesar de ter parecido ser bem banal), que me fez constatar uma certa verdade (porque isso é, hoje, para mim, uma verdade): nós somos o que somos devido as nossas escolhas, e tudo na vida é escolha.

"Nós podemos tentar deixar de fazer escolhas ao não fazer nada, mas mesmo isso é uma decisão." Esta frase é de autoria do ator Gary Collins, que eu encontrei por acaso nem lembro aonde. Apesar de estar no meu orkut há algum tempo já, parece que só hoje ela fez realmente sentido. Eu poderia estar dormindo agora - na verdade é isso o que eu realmente desejo. Mas não estou. Estou aqui, tentando manter a minha palavra, que tantas vezes já quebrei, e atualizar este blog. E, apesar de ser madrugada, daqui a pouco (assim que terminar este post), vou limpar a casa - afinal, ela tem que ser limpa (sem contar que, se eu quero que as coisas deem certo aqui em casa, eu preciso dar o exemplo e fazer o que eu preciso fazer no tempo correto). E ainda pretendo fazer alguns dos dezoito desenhos que eu tenho que entregar nesta quinta feira, dos quais eu ainda não fiz nenhum.

E é exatamente disto que eu estou falando: de responsabilidade.

É claro que eu poderia ter feito estes desenhos (ou a maior parte deles) durante este fim de semana, mas eu não fiz. E não fiz porque eu escolhi fazer outra coisa - que foi bem mais interessante; mas, no fim das contas, me fez estar aqui agora. E me fez ficar um pouquinho mais longe do meu objetivo, que é me formar.

Tá, tá, eu posso até estar sendo meio drástica. Mas é assim mesmo. Cada vez que eu escolho fazer alguma coisa errada, isto me serve de argumento da próxima vez que eu tiver uma escolha similar a fazer, e eu continuo escolhendo fazer o errado ao certo, porque fazer o certo quase sempre dá muito trabalho. É como uma bola de neve, cada vez aumenta mais e mais e mais e mais, até que um dia você está soterrado.
E não é só em relação aos estudos que eu me refiro; é em relação a tudo. Eu tenho uma tendencia muito grande de fazer isso... Eu escolho quase sempre deixar para amanhã aproveitar o tempo que eu tenho no ônibus para ler algumas páginas de um livro; e assim os livros vão se acumulando. Ah, hoje eu acordei meio tarde para correr, amanhã eu vou sem falta. Dieta? Só na segunda feira. Putz, preciso estudar, mas vou fazer isso semana que vem, essa eu estou meio atarefada. Preciso planejar o meu orçamento, mas isso não é algo urgente; perto do fim do mês eu faço. Ah, to sem inspiração para postar algo decente agora, da próxima vez que eu entrar na net eu posto. E assim vai...

:(

E é por isso que eu estou hoje do jeito que eu estou. Aliás, eu não gosto do verbo ser, mas é ele que eu vou usar agora: é por isso que eu sou do jeito que eu sou. Porque eu sempre decido prorrogar a minha decisão. Porque me falta responsabilidade de encarar que as coisas só vão ser diferentes se eu agir diferente. Porque me falta responsabilidade. (Aliás, agora, depois de uma frase cheia de "porques", me lembro de outra decisão prorrogada: conhecer corretamente a nova e a velha gramática. :D)
E é aqui que eu encaixo a palavra que realmente falta na minha vida: disciplina. É exatamente disto que eu preciso, é isso o que me falta.

Disciplina.
Se eu fosse mais disciplinada eu provavelmente já teria mudado na minha vida coisas que realmente me incomodam. Como me sentir uma hipócrita quando eu me irrito com meu irmão por ver que ele não está se esforçando o suficiente para realizar os seus objetivos. Como me sentir uma inútil ao ver tanta coisa no mundo que eu realmente poderia modificar, mas que eu nunca dou o primeiro passo. Como me sentir uma fracassada ao ficar pensando em como seria a minha vida se eu fosse a pessoa que eu gostaria (e que eu tenho potencial) de ser, mas não sou.

Não vou finalizar meu post com mais uma promessa, que pode ser quebrada tão facilmento. Não quero mais fazer promessas. Eu vou tentar insirir disciplina na minha vida, e vou tentar fazer ela dar certo, mas eu não prometerei nada.
Esperemos.

Um comentário:

Paula de Assis Fernandes disse...

Mayinha, concordo - em parte - com vc. A vida é, sim, uma sucessão de escolhas e o fator erro nos torna humanos. Você reconhecer que pegou o caminho errado e ter coragem para admitir isso e, mais ainda, retomar a estrada, para mim, é muito importante. Mesmo assim, desde pequena, sempre quis ter coisas intrínsecas a vc, e não fiz nada para isso. Então, ao invés de toda essa autopunição (super comum em vc...), procure olhar o quanto vc é uma pessoa que, apesar das escolhas erradas que por vezes faz, é, também, uma das almas mais iluminadas e admiráveis que eu conheço. E que sempre mudou a vida de muita gente - se vc não lembra, posso citar âlgumas sem muito esforço, mas isso a gte conversa outra hora.
Bom, maninha, fico feliz com sua decisão de melhorar, é sempre bom. Mas lembre-se de que vc já é fantástica assim, mesmo errante. E eu te amo.

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