quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Constatações

Na terça eu tive um sonho estranho, que me fez acordar de madrugada - na realidade, eu vivo sonhando, e sempre são coisas estranhas; mas foi muito tenebroso, e me fez pensar em duas coisas.
Primeiramente, o sonho: eu não lembro muito bem o contexto; sabe-se lá por que cargas d'água, a Paula tinha morrido. Sério. E, pra piorar, eu só fui saber disso quase um mês depois!!!
A primeira coisa sobre a qual eu fiquei a refletir foi o desespero. Eu não sei como eu me sentiria, como eu lidaria com isso. Desde criança eu e a Paula fomos muito ligadas. Ela sempre foi o meu sol, o meu objetivo, a minha "ídola". Ela era a mais bonita, a mais legal, a mais divertida, a mais família, a mais tudo. O que eu sentia era meio que uma invejinha, mas uma invejinha boa... Tanto que tudo o que ela fazia, eu queria fazer também - eu queria muito ser ela! Meus amigos, por muito tempo, foram os amigos dela. As minhas piadas, as piadas dela. Os meus desejos, os desejos dela.
...
Eu gosto disso, sabe. Dessa nossa relação. Desse nosso amor. Não que eu não ame o Paulo ou o Matheus - é claro que eu amo! Mas é diferente... Por a gente ser "menininha", por termos pouca diferença de idade. E por sermos tão diferentes, também, eu acho. Algumas cenas memoráveis (não por mim; minha memória é péssima, mas contada pela própria): certa vez, em Taquara, ela puxando meus cabelos até minha cara encostar no chão. Ou na casa do Bairro Alto, ela montando em mim, como se eu fosse um cavalinho - e fazendo EEEEIIIIIIIAAAAAAAAA!!!!
Mas ela sempre foi fofa... Tem uma foto nossa - AMO!!! -, acho que num aniversário dela, que eu a estou abraçando... Muito linda! Outro momento que eu adoro e que está registrado em fotografia, também: ela lendo o novo testamento, para mim, e eu no colo dela - detalhe: ela não sabia ler e o livrinho estava de ponta cabeça!!! :D

Pois é... São 22 anos que ela tem sido minha guia, e vai continuar sendo, mesmo que nossos caminhos estejam hoje meio afastados, que eu acabe não entrando em contato sempre. E isso me retoma ao segundo pensamento que eu tive, depois do sonho.
Eu sou muito desnaturada. Imagine, eu só tinha descoberto que a Paula havia morrido quase um mês depois! E isso porque eu não falava muito com ela e nem com a minha família...
E isso é verdade, e é algo que eu sei, e que eu quero MUITO mudar. Eu peço perdão, eu sou realmente distraída - mas é algo que me incomoda, mesmo. (Aliás, até esse lado "não desnaturada" eu invejo da Paula...)
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3 comentários:

Paula de Assis Fernandes disse...

Mayinha... nem sei que te digo, sua boba!
Só que vc sempre foi meu orgulho. E que eu sempre tive - e tenho! - muita vontade de ser como você é. Eu te amo, trem. Muito.
Beijoo

Lucemary disse...

Eu nao digo nada.
...
Uma das minhas maiores alegrias eh constatar este amor, esta amizade, esta admiracao e respeito mutuo.
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Dizem que nao eh certo filho realizar o sonho dos pais - e putz! Minhas filhas realizaram um sonho meu: ter uma irma melhor amiga por opcao. (Eu sei, eu sei. Tenho a Tati. Mas dezoito anos nos separam, e nao vivi com ela isso que voces duas viveram-vivem.).
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Caraca!!!!!!!! Eu sou muuuuuuuuuuuuuito feliz!!!!!!!!!!!!!!!!!

Unknown disse...

Lindo texto Maya... fico feliz em saber que vc pelo menos pensa em nós!!!

E vc sempre foi um orgulho para nós... de uma maneira diferente da Paula... mas ainda assim um orgulho!

Beijão

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