quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Da série guardassóis...

esta, particularmente, amo.



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Na verdade...

... amo tudo isso: o mar azul, o som das ondas, a brisa na pele, a areia nos pés, o sol no rosto, o contraste do guardassol... 

 

mas amo muito mais estar inserida nesta realidade, viu??? Ô, coisa boa, sô!!!!

 Pena que não é pra sempre...

Amo...

... os guardassóis de manhãzinha assim, sem ninguém.
O mar, o céu, o som das ondas, a brisa, a areia... e a imensidão em volta.


sábado, 11 de dezembro de 2010

Qual é o sentido da vida?

Ha, essa é mole!
Qual é o sentido da vida?
Simples: o sentido da vida é o sentido positivo do aumento da entropia.
Fácil, fácil, muito fácil. Manda outra!











ps: prova de Termo na quinta.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Registro


A gente, às vezes, se sente meio perdida. Numa dessas, fuçando no mundo virtual, encontrei essa frase, que queria registrar, porque é linda. E ajuda a gente a, quem sabe, tomar um caminho novo sempre que precisar.

"A vida é cheia de imprevisibilidades mágicas.
E não há amor maior, para mim,do que essa minha vontade,quase lasciva de mudar e de descobrir coisas novas que sacudam minhas certezas. Eu sinto isso de uma forma escandalosamente minha. É como se cada pedaço meu gritasse, silenciosamente,que está fora do lugar,
e precisa, urgente, se aconchegar de novo."
(Original aqui.)


Amei. Espero que tenham gostado, também.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Eu também confessio.

Eu tenho invejinha às vezes, sabe. Invejinha e um ciuminho bobo, também. Afinal, a escritora era para ser eu, e não você.
...
Mas olha só. A escritora é você. E ponto.
Às vezes eu não consigo entender como você se transformou, quando se transformou. Ou se você sempre foi assim, só eu que não percebi.
...
Eu sei que grande parte disso é culpa minha. Da distância.
Não, não a distância geográfica - essa não é nada, no mundo conectado de hoje. Mas da distância que eu impus. Que eu imponho.
Essa distância que eu imponho quando digo: "ei, poupe-me dos detalhes sórdidos, please!". Essa distância que eu imponho quando pareço não me importar com as coisas que você me conta (não parece, mas eu me importo, e adoro ouvir você falar!). Essa distância que eu imponho quando eu simplesmente me calo.
...
Eu sei que isso não serve de consolo, mas acredite: é você quem está mais perto de mim. Sempre.
E eu não digo isso apenas falando de família - não. Isso acontece com todos em minha volta.
Eu morro de inveja da facilidade que você tem em se abrir. Em se expor. Em se impor.
Morro de ciúmes, também.
Ciúmes dos seus amigos, que sabem mais da sua vida do que eu. Dos detalhes. Eu não conheço sequer a sua casa, não sei o nome das pessoas que moram nela. Sequer o seu cachorro eu conheço!
...
Mas, olha pra você. Tão linda... Eu não sei se que já disse isso antes - acho que eu nunca quis assumir isso, aquela velha história da invejinha -, mas você é linda. Por fora e por dentro. E escreve do mesmo jeito "lindamente" de ser. E se expõe, sem medo.
E eu adoro tudo aquilo que você escreve. E que, às vezes, me deixa sem palavras. E que, sempre, me surpreende. E que me deixa feliz, também. Por poder conhecer-te um pouquinho mais. E que tanto me orgulha por ter a ti como irmã.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Feioso mais lindo

Confesso, tomei um susto quando entrei em casa e o vi no topo da escada.
Campo Mourão é uma cidade quente, muito quente. E eu tenho um lhasa apso. Cachorro lindo, dócil, peludo. Muito peludo.
Ultimamente, quando o calor começou a mostrar-se presente - e intenso - ele passava o dia todo com a barriga no chão. Não brincava, não corria, não nada. Sem ânimo, sem tudo. Não tive escolha, mandei tosar. Porque antes um cachorro feio e feliz que um bonito, mas triste.
E quando abri a porta e o vi no topo da escada, com aquele espanador que ele usa como rabo de um lado pro outro, gritei:
- Que coisa horrível que fizeram com você, amor!
É, eu tenho um lhasa. Mesmo que, agora, ele pareça um poodle.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Menino Prodígio - e não é o Robin!

"Dindinha, faltam quatro dias pras minhas férias!"
"Que legal! E aí é só folga, né?"
"Folga? Que nada! Vou começar a trabalhar!"
"Como assim, trabalhar?"
"Na TI, com o pai. Vou ganhar uns oitenta e cinco e poucos..."
"Como assim??"
"Eu quero um smartphone com TIM+50 e internet ilimitada... custa R$85,00 por mês. O pai não tem dinheiro... eu vou pagar com meu trabalho!"
"Jonas, você sabia que seu pai pode ser preso?"
"PRESO???? PORQUE????"
"Porque trabalho infantil é crime, dá cadeia."
Cara de incredulidade.
"Mas se sou eu quem quero trabalhar, Dindinha??? Ele não pode ser preso! Se vierem prendê-lo, dou um pau em quem vier e pronto!"
...
Este é o Jonas, meu afilhado por escolha própria. Meu sobrinho do coração. E meu professor de informática, pode? Detalhe: ele tem nove anos.

100 POSTAGENS!



Poizé, caríssimos.

Na postagem anterior falei sobre o abandono deste local, inclusive por parte desta que agora escreve - o que, particularmente, muito me entristece. Pensei então em retomar pelo menos a minha rotina semanal de postar aqui, e na tarefa desta semana descubro que a postagem anterior foi a de número 100!

Que lindo! :)

Mãe e filhas conseguiram manter, por algum tempo, algo muito legal em comum (além de tantas outras tão óbvias e apesar de tantas outras divergências) até atingir um marco.

E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua guia em jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro... e agora, José?

Por enquanto ainda não sei. Mas achei que chegar até aqui merece comemoração.

Tim, tim!




segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Se você,


querido leitor, prestar atenção aqui do seu lado direito, verá que tem um ícone "viajam juntas neste blog"... e tem três nomes abaixo dele.

Não se engane.

As viajantes estão quase pulando do trem, ops, do blog.

.

E isto é triste.

domingo, 14 de novembro de 2010

Domingo (frio) de sol em Curitiba


Pra registrar.


Pra não perder o sol.


Pra um domingo cheio de paz. E saudade.


Pra um dia frio.


Pra um cinema no Mueller. (Sim, eu sei. Há outros mais novos, maiores, melhores (?).)


Pra um passeio na feirinha. E um chopp no Alemão.


E um dia quase perfeito que se anuncia.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu não queria. Juro que não queria.

Eu sei que tenho culpa, em parte, por esses atrasos. Mas eu queria que vocês entendessem que, para mim, está muito complicado dar conta disso tudo sozinha. Eu já faço mais horas que deveria, recebo muito menos e geralmente não no dia marcado. E eu tenho uma vida além daqui.
Eu odeio ver sua cara de decepção, sério. Porque, mais que um chefe, você tem sido um amigo muito querido aqui. Tanto que boa parte desses excessos que tolero é porque é você. E porque você é, sim, uma pessoa muito linda, dessas que encantam e fazem a gente querer agradar sempre. E eu sinceramente peço que me desculpe, mas não é algo voluntário. É complicado, eu já não sei mais o que fazer. Queria que você entendesse. E que as coisas se ajeitassem. E ponto.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estrangeira

"Mãe, é muito fácil saber que você não é de Curitiba."
"Ué, porquê?"
"Você diz bom dia quando entra no elevador."

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Desabafo

Não, você não me devia satisfações, eu sei. Mas peço que se coloque no meu lugar. Que tente entender minha aflição. Você é uma das mais valiosas joias que tenho em minha vida. Quando sua ausência foi demasiadamente prolongada, milhares de coisas passaram pela minha cabeça. E pouquíssimas terminavam em final feliz.
Procurei por você em todos os cantos que existiam no local. Chamei a segurança, perguntei aos funcionários da portaria, olhei embaixo das mesas, no bar, nos banheiros, até no masculino. Tentei te ligar dezenas de vezes. E você não atendia. É claro que eu me desesperaria. Pensei em ligar para a mãe para ver se você tinha chegado em casa, mas pensei que, caso não tivesse, a preocuparia sem saber ao certo se deveria ou não.
Mas eu me culpava. E se alguém tivesse te dado um 'boa noite cinderela' e te arrastado para algum lugar? E se eu não avisasse a mãe e realmente tivesse te acontecido algo? E se? E se? E se?
Chorei. Desesperadamente. Sem ideia do que fazer. Meus amigos ficaram aflitos, as pessoas em volta também. Todos me ajudavam a te procurar. E sua mensagem chegou.
Avisando que já estava em casa. Mas por que saiu sem me avisar? Por que não me mandou mensagem antes, sem que eu precisasse te ligar tantas vezes? Por que não me atendeu? Por que me fez passar pelo constrangimento de mobilizar todo mundo para dizer que você já tinha ido embora sem ao menos se preocupar com os que ficavam? Por que?
De qualquer forma, chorei, aliviada, quando sua mensagem chegou. E era hora de ir embora, porque, para mim, a festa não valia mais a pena.
Graças a Deus que você está bem.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Contagem regressiva...

Em menos de 20 minutos o avião que traz minha mãe de volta pro Paraná decola.
Em pouco mais de 3 horas ela chega em Curitiba.
Em menos de uma semana eu vou abraçá-la.
Feliz. Muito feliz.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Desde sempre.

Acho que acontece por causa da idade. Ou não.
Eu vinha, sob chuva forte, para o trabalho. Bem mais cedo do que o habitual. para acertar pendências, "deixar a casa arrumada". O cadarço do tênis desamarrou, e tentei amarrá-lo, tarefa impossível: guarda-chuva em uma mão, mochila de viagem em outra. Andei meia quadra até encontrar um ponto mais alto, onde pudesse colocar o pé e me apoiar, e finalmente consigo amarrar o cadarço. Ao dar a laçada, o lapso.
*
"Mas eu não consigo, mãe!"
"Claro que consegue, filha. É só querer, e tentar com cuidado."
Paulinha tenta, com seus dedinhos pequenos, dar a laçada no tênis. Parada ao seu lado, Maya observa, atenta. Duas ou três tentativas depois, ajuda imperceptível da mãe, o laço sai. Meio como "O Elefante", de Drummond, mas ali, garboso e real. "Viu, Paulinha? Eu sabia que você conseguia!!!" Com esta constatação, Maya é toda sorrisos, beijos, abraços e júbilo sobre a irmã.
*
Estes laivos repentinos do passado são, na verdade, pequenos oásis nos meus dias.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Este é um post rápido.

Tô toda quebrada.
Merda. Caí do telhado.
Mal consigo andar.
Ninguém apareceu em casa o dia inteiro.
Tô sozinha.
Tive que ir disfarçando a dor pra não mancar e nem pagar mico e ir no mercado comprar alguma coisa pra comer.
A net resolveu cair.
Tive que disfarçar a dor pra vir na lan house ver se o meu professor lançou as notas.
Saco.
...
Ainda bem que a mãe tá vindo.
=D

quinta-feira, 8 de julho de 2010

"Dorme agora, faz tanto frio lá fora..."

"Alô."
"Mãe, você estava dormindo?"
"É isto que eu costumo fazer às cinco da manhã, filha..."
Se eu não tivesse saído bruscamente do sono profundo, teria tido presença de espírito e respondido "não, minha filha, dançava rumba!".
"Mãe, eu tô bem. Eu tô bem, mãe. Mas não sinto minhas pernas. Mas eu tô bem."
"Como assim, Maya?"
"Eu tô bem, mãe. Eu tô bem."
"Filha, o que aconteceu."
"Eu caí do telhado, mãe. Mas eu tô bem."
"Minha filha, o que você fazia em cima do telhado às cinco da manhã?Você já foi ao hospital?"
Seguiu-se um amontoado de frases insanas, sem sentido, das quais a única palavra que apreendi foi chaves. Na verdade, àquela altura, o porquê não interessava.
"Foi ao hospital, filha?"
"Não, mãe, eu vou agora. Se eu parar de falar, é que meu celular descarregou."
"MAYA!!!!! Me dá o telefone de alguém que tá com você!"
"Ninguém tem telefone, mãe. Ninguém. Agora eu vou pro hospital, mãe. Tô indo. Depois te ligo, viu?"
E desligou. Assim, sem mais. Assim mesmo. Me acorda de madrugada, conta que caiu do telhado e desliga.
"Mãe, não falei que tô indo pro hospital?"
"Filha, onde você está?"
Ela fala o nome do bairro.
"E pra qual hospital você vai?"
"Não sei, mãe, não sei. Na Vicente, acho."
"Que hospital, Maya?"
"PRA QUE HOSPITAL A GENTE VAI, PESSOAL? Pro Pilar, mãe, pro Pilar."
"Nossa Senhora do Pilar, filha?"
"Isso, mãe."
"Filha, quem está aí com você?"
"A Manu, mãe. A Manu."
"Qual o celular da Manu?"
"MANUUUUUUUUUUUU!!!! FALA SEU CELULAR PRA MIM!"
Celular devidamente anotado, telefone mudo, coração inquieto. Ligo pra Gi, morrendo de vergonha de incomodar minha amiga, mas me digam: o que pode mais fazer uma mãe que está a dois mil quilômetros da filha que acaba de cair do telhado e que liga pra ouvir a voz da mãe e se sentir segura? Procurar alguém que possa cuidá-la, já que a mãe está longe.
Menos de cinco minutos: "Mãe, já tô no hospital. Nosso amigo é médico, ele trabalha aqui, vai atender a gente. Parece que não foi nada, não."
Outros três minutos depois: "Mãe, já fui atendida. Ele me deu remédio, eu tô bem. Não foi nada não, só o susto."
"Como assim, já foi atendida? Não vai tirar radiografia, ver se quebrou algo?"
"Já tirou, mãe, já tirou. Tô indo pra casa."
"Não vai não, Maya. A Tia Gi tá indo praí ver você, pra me dar notícia. Espera ela chegar!"
"Não, mãe! Você incomodou a Tia Gi porque???? Não posso esperar, mãe, o pessoal vai me dar carona! Tenho que ir pra casa, dormir. Repousar."
Ligo de volta, com minha grande cara de pau, e digo à Gi que não precisa mais sair. Na verdade eu só a tinha acordado pra colocar mais emoção na sua vida, e fazer o grande favor de prepará-la pra 'pós adolescência' da Carol. Obrigada, amiga, e desculpe mais uma vez.
"Maya, chegando em casa põe este celular pra carregar, entendeu? Não vai dormir sem fazer isto, entendeu?"
.
Passaram-se só quarenta e cinco minutos do momento em que acordei até agora. Preciso falar com alguém. Ligo pro Paulo? Coitado, não. Vai se preocupar e não vai adiantar nada, está longe também. Melhor esperar dar umas seis e meia, aí ele já deve ter levantado pra trabalhar... sábia decisão, esta. Depois pensei melhor e pensei que não, eu não deveria preocupá-lo. Melhor deixar que a Maya conte, assim ele vê que está tudo bem com ela.
.
Não, eu não fiquei brava por você ter ligado, filhota. Na verdade, fiquei angustiada sem saber se você estava bem mesmo ou só dizia isto pra me tranquilizar. E quase posso apostar que só foi ao médico pela tarde, já cheia de dores. Na verdade, você ligar pra mim neste exato momento me fez muito bem: percebi que continuo, mesmo distante, sendo um porto seguro pra você. E que você continua sabendo que pode contar comigo, sempre, a qualquer hora. Confiar em mim quando precisar. Ligar a qualquer momento, de qualquer lugar - seja pra contar que saiu Lady Hawk e o feitiço de Áquila no Imagem e Ação (e que você não acertou!), seja pra contar que caiu do telhado às cinco da manhã. Mesmo que a minha primeira vontade seja pegar você pelo braço, deitar no meu colo de barriga pra baixo e descer a mão até que ela inche. Ou sua bunda, ou minha mão.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A primeira copa da minha vida

Não, 2010 não é a primeira copa que tenho na memória. A primeira de que me lembro é a do tetra, em 94, quando estávamos em Curitiba. Me lembro de que eu e a Maya estávamos jogando Sonic em um tapete branco, felpudo, na casa de uns amigos dos meus pais quando pediram (mandaram, na verdade!!!) que a gente desligasse para que assistissem à final contra a Itália. E que final. Lembro-me que meu pai não aguentou assistir aos pênaltis. Ficou lá fora e depois correu pro abraço. À época fiquei muito brava por atrapalharem o meu Sonic. Hoje entendo.

Em 98 também me lembro da final. Triste final. Me lembro de todos nós assistindo o Brasil ser derrotado pela França na nossa casa, na Vila C. Lembro que ali começou minha raiva pela seleção azul.

2002. Lembro até da data do penta: 30 de junho. Aniversário do João, meu amigo, fizemos passeata em Corbélia. Tudo era verde e amarelo e a sensação que me lembro era de puro êxtase. Mas, dessa copa, não me lembro sequer da final.

Confesso, nunca fui fã de assistir a jogos de futebol. Em 2006 ia por causa do embalo da galera. Faculdade, jogos com muita cerveja. O quadrado mágico que todos nós acreditávamos que ia humilhar o resto do mundo, com Ronaldo Fênomeno, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Kaká.... E que nos levou até as quartas, esbarrando em Zidane e na França, mais uma vez.

Hoje, 2 de julho de 2010, mais uma vez abandonamos a copa nas quartas. Dessa vez enfrentamos uma equipe diferente e, para a nossa felicidade antecipada, a França e a Itália foram eliminadas ainda na primeira fase. Hoje, 2 a 1 para Holanda. Na primeira copa que curti, que parei para assistir a jogos além dos do Brasil, que quase chorei ao ver a nossa seleção partir.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sinceridade nem sempre é bem-vinda

É verdade. Quando a gente pergunta sobre um corte novo de cabelo, uma maquiagem, o vestido já pronto de formatura, sinceridade é o que menos conta, já que não dá pra voltar atrás. Mas não é só isso, não.

Às vezes a gente cai na besteira de achar que, se fosse sincera, a pessoa nos entenderia. Entenderia, por exemplo, porque você não quer manter um namoro que você acredita que, sim, tomando o rumo certo, ia ser tudo o que você queria.

Não, as pessoas não querem ouvir que você não quer nada até que ela encontre um rumo. Até que ela entenda que dinheiro tem, sim, importância. Que, parafraseando dona Lu, um amor e uma cabana fica muito bonito em filmes, livros, até em novela. Mas na vida real, não.

Talvez as pessoas não deem o devido valor àquilo que elas diziam há poucos minutos que era o que mais importava. Talvez elas tenham decisões egoístas e pouco interessantes para uma vida a dois. Só talvez.

E talvez eu estivesse precisando de uma dose extra de sinceridade. Dupla, por favor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Fala sério...


Tá, eu sei.
Devia ficar feliz, Brasil 2 x Coréia do Norte 1.
Feliz?
Ah, fala sério.
Eu gosto do Dunga, o defendo dos intolerantes, críticos e coisa e tal... mas a gente merecia mais, né?
2x1.
Coréia do Norte.
Vamos ver o que vem por aí...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Conversa de ônibus

(eu)- ...então, meu feriado foi susse... Sábado as meninas estavam em casa, e a gente locou filmes. Tava bem frio, e a gente ficou vendo filminho, comendo pipoca e tomando quentão.
(Picles)- Nossa, faz tempo que eu não tomo quentão!
- Pois é, fazia tempo que eu não tomava, também... Foi massa, eu aprendi a fazer sábado, ficou bem bom!
- É, eu gosto de quentão, mas eu prefiro vinho... Adoro vinho! Principalmente no inverno...
- ...
- Tem um amigo com que eu fico trocando vinhos... Acho que nos dois últimos aniversários dele eu dei vinho pra ele, uns vinhos massa, sabe...
- ...
- Pô, eu tô comprando uns vinhos massa, ultimamente! Tô apreciando bastante.
- Errr... Picles... Então... Sem querer falar nada, mas isso é coisa de velho, sabia???
- ???
- É. Apreciar um vinho é coisa de velho. Gente jovem até dá bebida de aniversário pros amigos, mas dá um whisky, tequila, vodka, até cachaça... Quem gosta de ficar analisando vinho é velho, pode perceber.
- ...
- Vinho e queijo. "Nossa, esse queijo é muito bom, esse outro é mais sei lá o quê, blá blá blá...". Isso é coisa de velho, ficar gastando dinheiro com vinho, queijo, restaurantes caros. Jovem toma vinho Campo Largo, que é cincão; no máximo Vinho do Avô.
(Silêncio.)
- ...putz. Acho que eu tô ficando velho.

=D

domingo, 6 de junho de 2010

A primeira carteirada nunca se esquece...


Manhã de sábado, a exatos vinte dias de completar 64 anos, minha mãe está conosco no ponto de ônibus, aguardando para um tour em Salvador.


"Sua mãe paga ônibus?"


"Não sei. É sessenta ou sessenta e cinco anos a idade para o benefício?"


"Não sei."


Confabula, confabula, confabula.


"Mamãe, a senhora não paga passagem."


"Como assim, não?"


"Sessenta anos, mamãe, não paga passagem."


"Mas eu não tenho carteirinha!"


"Pode ir tranquila, dona Zelinda. É só mostrar a identidade."


...


"Filha, o motorista não gostou muito, não. Ficou me olhando de cara feia! Eu ainda disse a ele, 'quer olhar, quer???' "


"Ê, DonaMaria!!! Dando carteirada, hein???"


"Como assim, carteirada?"


Explicado como, lembro-me de outra primeira carteirada que testemunhei - daquela feita, "IMPRENSA", e conto a ela, e rimos, e seguimos viagem - eu em um banco, ela e Ramon em outro. De repente, viajando em meus pensamentos, meus olhos pousam numa placa sobre a porta da frente: "NESTE VEÍCULO, MAIORES DE 65 ANOS NÃO PAGAM PASSAGEM. LEI FEDERAL XXXX." Aceno com a cabeça, mostrando a Ramon que, incontinenti, mostra a ela. E caio na gargalhada. Ainda bem que o motorista não quis olhar, né, DonaMaria???? Tenho dó de mim se ele o tivesse feito...


terça-feira, 1 de junho de 2010

frase interessante:

"Pra que ser inteligente, se as burras casam melhor???"

Cara, essa eu TINHA que postar!!!

=D

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ladyhawke - O feitiço de Áquila

E eu errei!!!!!

Preciso dizer mais alguma coisa?

haha

=D

sexta-feira, 14 de maio de 2010

À pessoa que eu mais amo na vida*

É a sua foto que está na área de trabalho do meu computador, sabia?
Eu olho pra você todo dia. E isso me alegra, me faz sorrir.
Me faz lembrar que a vida é boa. Que vale a pena viver.
"Viveeerr... E não ter a vergonha de ser feliz... E cantar, e cantar, e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz..."
Você é minha estrela guia.
Existem algumas coisas que eu detesto ouvir, exceto se for por você. Se for pela sua voz. Tudo fica doce, na sua voz.
Pra você eu consigo tirar um pouco minha armadura, me mostrar. Consigo me modificar. Você me faz crescer. Você modifica a minha visão, as minhas certezas.
Nós somos dois opostos, apesar de sermos iguais. Eu, tão egoísta, tão fechada, tão ingrata - tenho o dom de magoar quem me rodeia.
E você, não. Você, tão linda... Consegue sempre me fazer sentir como se eu fosse a pessoa mais especial do mundo... E não só a mim, a todos que te rodeiam.
Você é um sol, que atrai todos à sua volta. É impossível não se sentir aquecido à sua presença, sem a sua força, a sua luz.
É doloroso demais imaginar minha vida sem meu sol.
É doloroso pensar em como teria sido sem você. Você era a pessoa que eu sempre quis ser. A pessoa de que eu sempre me orgulhei.
Eu invejava você, seus cabelos cacheados. Você era meu anjo.
Eu invejava a capacidade de você atrair as pessoas à sua volta.
Invejava a sua beleza, a sua simpatia, o seu bom humor, a sua voz. A sua paciência.
Você era o meu exemplo.
Você é o meu exemplo, Paula.
Você é parte de mim. Eu te carrego comigo a todo lugar aonde vou, a todo instante que eu respiro. Eu te carrego em meu tornozelo, em meu coração, em minha alma.
Saiba, minha irmã, que eu te amo. E é esse amor tão grande, tão imensurável, que uma farpa em seu dedo sangra em mim. Que a simples idéia da sua tristeza me corrói.
...
*Não, não existe uma escala para medir o amor. Mas não existe pessoa que eu ame mais profundamente que a ti. Todos os meu outro quatro maiores amores são tão grandes quanto, mas com você é diferente.
Você é a minha alma gêmea.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

À pessoa que eu mais amo na vida*

Ontem, mais uma vez, tive certeza. Sim, apesar das nossas diferenças. Apesar de sermos tão razão e coração em aspectos tão extremos. Apesar das brigas, apesar dos desentendimentos.
Eu entendo você se fechar. E respeito, por mais que quisesse saber a fundo até o que você come. Porque cada mísero detalhe da sua vida é uma explosão de alegria pra mim. Poder compartilhar com você os melhores momentos da minha vida, mesmo que você não tenha estado presente, me deixa mais feliz. Porque, mesmo ausente de corpo, carrego sua alma comigo. Seu sorriso, seus apontamentos. Até as coisas que me tiram do sério em você.
Porque sem você eu não vivo, sinceramente. Se minha vida tem sentido, é porque ganhei você de presente. Não consigo mensurar o tamanho da solidão que teria sido sem a sua chegada.
Porque você tem essa sua mania irritante e, ao mesmo tempo, linda de querer salvar o mundo. Defender os oprimidos, mesmo quando me considera a opressora. De levar contigo os problemas dos outros, de se doar, de sentir. O mundo palpita nas suas veias, mesmo que isso, por vezes, te deixe triste.
E é isso uma das coisas que te faz tão grande. Tão especial. Tão você.
E é pra você o meu amor mais sincero. Mais limpo.

*Não que amor se meça. Mas as outras pessoas, ninguém, ganha de você. No máximo se equiparam. Mas é com você a minha cumplicidade. São contigo as conversas infindas ao telefone, no meio da madrugada. Sempre com choro. É de você minha maior saudade, meu maior medo, meu maior orgulho. Você, sempre você.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

De carro, numa rua do Rio de Janeiro...

Paula:
"Olha mãe, que legal o nome deste bar! Congresso do Chopp!"
Matheus:
"É. Eles só funcionam três dias na semana."
...
Risos incontidos.
...
Paula:
"Essa vai pro blog, Matheus!!!"
É, eu também pensei isto, filhota. E como este blog era pra ser a três mãos, mas anda tããããããão abandonadinho... resolvi postar isto aqui.
:)
...
O fim de semana foi muito curto.

sábado, 10 de abril de 2010

Uma carta é uma carta é uma carta é uma carta

Querida Graci,
há muito tempo perdi o hábito de escrever cartas na acepção exata da palavra... escrevo, sim, sempre, para as pessoas a quem amo, na forma de posts, comentários em blogs, anotações... mas não mais de cartas. E hoje senti vontade de falar com você, dá licença? Posso? Bom... nem adianta dizer que não... já tô no ritmo aqui!
Então... comecei a carta ontem (30/03), mas tive que parar na frase acima, aí me perdi, me enrolei no fio da meada, mas... tento recomeçar. Claro que poderia começar do zero, e você nem saberia, mas a água que passa hoje sob a ponte não é a mesma de ontem, se é que me entende. E o que quer que eu fosse dizer ontem, com certeza não saberei colocar hoje, mesmo que a essência se mantenha...
Pois é, senti vontade de sentar e conversar com você tomando um chimarrão (e olha que faz tempo que nem lembrava de chimarrão! E nem sei se você gosta... mas me encanta o ritual do chimarrão, e o fluir das conversas e do silêncio em volta da cuia) mas como estamos geograficamente impossibilitadas de tal, resolvo escrever – após ler seu post no “mexendo na bolsa”.
Tem uma coisa engraçada: algumas amigas de minhas filhas acabam morando no meu coração por meio delas – por tratarem-nas bem, acolhendo-as em seus corações (“quem dá uma bala a meu filho adoça minha boca”), por serem pessoas especiais ou por algum tipo misterioso de osmose: minha filha gosta tanto que também me descubro gostando. Você se encaixa em todos estes casos aí... :)
Talvez por isto a vontade de conversar – não sobre seu post, mas sobre seus sentimentos. Ou não. Ao mesmo tempo receio falar e ser mal interpretada, mas... sou meio abusada mesmo, e se tomo a liberdade de falar é porque fui aprendendo com a vida e as pessoas, e penso ser bom partilhar os tombos que levamos – talvez ajude outras pessoas a não tropeçar nos mesmos lugares... :)

Descobri cedo, antes dos nove anos, o que queria ser na vida: jornalista e mãe (quando somos tão jovens não temos a noção de quão complicado é ser bem sucedida em ambas missões... felizes aquelas mulheres que são supermães e ótimas profissionais, e ainda encontram tempo pra serem vaidosas, inteligentes e charmosas!) Claro que, aos nove anos, eu tinha certeza que seria tudo isto e muito mais (além de tudo, como meus filhos dizem, eu me acho, né???), mas o tempo passa e a gente vai descobrindo que por mais largos e rápidos que sejam nossos passos, nunca são o suficiente para nos levar onde queremos, como desejamos. E que o caminho nunca é como sonhamos: sempre surgem pedras, desvios, espinhos, atalhos, contornos. E o mais importante, pessoas. Na maior parte das vezes, elas já estavam lá: nós somos quem cruzamos seu caminho. E a partir de então elas passam a fazer parte da nossa história: seja um encontro breve em um café, seja um porre partilhado com colegas de faculdade, seja uma briga quando criança... cada uma dessas pessoas passa a fazer parte da nossa história como também passamos a integrar as suas histórias individuais. Incontáveis encontros não nos deixam marcas, não causam efeito algum, e outros marcam, indelevelmente, para sempre.
Mãe e pai são as primeiras pessoas a fazerem parte desse número limitado de pessoas que nos marcam – afinal, coisa básica, não é? Somos, de alguma maneira, a extensão viva de cada um. Trazemos em nós a carga genética e emocional de duas pessoas distintas, e putz! Temos que harmonizar isto com nosso “eu”, nossa emoção, que por vezes chega a brigar com esta herança, aí, minhamiga, é que começam as complicações.

Minha mãe, Graci, foi uma “supermãe”. Por muito tempo, enquanto meu pai estava ausente e era dependente do álcool, ela foi mãe, pai, amiga. Conversávamos muito sobre tudo, brincávamos, e claro, divergíamos em muita coisa: eu achava que o mundo todo girava ao redor do meu umbigo (meu avô materno contribuiu muito pra esta minha crença!) e ela teimava em me mostrar que não, que o mundo era muito maior e, ao contrário do que eu imaginava, não orbitava em torno de mim. Minha mãe era sempre toda carinho, toda paciência – apesar da autoridade inquestionável – e se desdobrava pra fazer da vida dos filhos uma vida melhor do que ela tivera. Cresci usando roupas de segunda mão, e nunca tive traumas por isto. Dinheiro não era algo fácil pra nós, consequentemente, brinquedos e passeios caros também não, mas mamãe sempre dava um jeito de arrumar passeios especiais, brincadeiras divertidas e não sentíamos falta de nada. E mesmo com toda a labuta de mãe, manicure, faxineira, lavadeira, babá, … ela arrumou tempo pra construir, comigo, uma relação ímpar, de amor e amizade. Sempre a admirei (era linda minha mãe! E batalhadora, e inteligente, e...), mas quando foi chegando a adolescência (ah, essa fase...) começamos a ter problemas de relacionamento, comunicação. Quando conversávamos e eu, já muito mais madura, derrubava todos seus argumentos de proibição à algo que eu queria, ela sacava o argumento inquestionável: “cala a boca e me respeita, eu sou sua mãe.” . Um dia, finalmente, disse a ela que se decidisse: ou era minha mãe, ou era minha amiga, os dois não dava – porque minhas amigas não me calavam sob o peso de sua autoridade... e assim a vida foi correndo, com muitos acertos e muito mais desacertos a partir de então – porque a admiração por ela me fazia esperar ainda mais do que ela, apenas ser humano, podia me dar. Até que um dia descobri (inclusive com ajuda de terapia) que ela, afinal, não era a perfeição em forma de gente como eu imaginava, nem meu pai sinônimo de “tudodemau”. E trazê-los para a esfera humana, como seres imperfeitos passíveis de falhas, erros, fragilidades, medos e incertezas foi, acho, uma das mais dolorosas lições da minha vida – mas uma das melhores. A partir daí passei a ter um relacionamento muito melhor com meu pai, de quem sempre fui tão distante, apesar de amá-lo infinitamente. Acho que passei a enxergá-lo com olhos menos críticos, menos cobradores, menos magoados, e assim, a aceitá-lo tal como eu, tão frágil e tão carente de amor e atenção. Também com minha mãe a relação mudou, pois passando a enxergá-la como pessoa, passei a esperar menos. E entender mais. Mas a grande moral da história é: o problema, minha amiguinha, não era meu pai. E não era minha mãe. O problema sempre fui eu. Como eu os enxergava (ou não). O que eu esperava deles e que nem sempre podiam me dar. Quando descobri que cabia a mim entender as limitações de meus pais, origem de sua história de vida; quando percebi que tudo o que eu podia mudar era o meu jeito de enxergá-los e esperar deles algo que nem sempre sabia definir; quando descobri enfim que se eu me tornasse mais flexível, mais doce, menos rancorosa, mais aberta, menos dona da verdade, poderíamos nos dar muito melhor, tudo passou realmente a ser muito melhor.

Da mesma forma, os filhos. Quando a gente tem filhos pensa que vai construir com eles uma relação muito melhor do que a que tivemos com nossos pais, que vamos ser mais amigas, mais participativas, menos egoístas, menos chantagistas, menos rígidas, enfim, quase perfeitas. Mas esquecemos que somos basicamente humanas, e assim, passíveis de erros. E quanto! A perfeição passa longe... quando percebemos que não, nossos filhos não nos acham o máximo; que sim, eles se decepcionam conosco; que nossa relação não é a utopia que construímos em pensamento, descobrimos outra lição difícil de aprender, sabe? Porque você que é mãe, e ama como eu, sabe que a nossa vida não tem mais sentido algum sem nossos filhos. E que nossa felicidade depende da felicidade deles. Mas aí começa tudo de novo, aquilo que falei antes: por mais que queiramos respeitar suas individualidades, sempre acabamos escorregando (no meu caso, por exemplo, isso acontece muito). Por vezes queremos ser liberais, e perdemos a medida, deixando tudo muito solto. Outras vezes queremos ser rígidos e acabamos magoando, invadindo, ferindo. E aí é que entra a grande questão, Gracinilda: cada filho é um ser humano ímpar. E quer algo de sua própria vida – e espera algo de mim. E nem sempre sou capaz de oferecer o que ele espera (ainda mais que são três filhos, três expectativas). E nem sempre cada um consegue o que quer, o que busca. E cada tropeço que ele dá, dói em mim. E cada vez que ele espera algo que não posso oferecer, dói em mim. Mas assim é a vida, e a gente tem que aprender com ela... com cada erro, cada acerto... lembrando que nunca depende do outro: sempre depende da gente. Ninguém é responsável por minha felicidade além de mim mesma. Ninguém pode estabelecer uma comunicação com minha mãe além de mim (mesmo que às vezes canse ser sempre eu a tentar... ela tem lá os seus motivos e limitações, e tenho que procurar entendê-los ou no mínimo, aceitá-los). Ninguém pode fazer de meus filhos meus amigos, além de mim.

Bom, querida Graci, já são onze horas da quarta-feira que antecede a páscoa, a agência tá cheia e tenho que cuidar da vida, porque é tarde, é tarde, é tarde... mas tudo o que eu queria dizer, e acabei não dizendo, é “que bom que você tem uma relação perfeita com seu pai!”. E também “procura ver com os olhos de sua mãe”. E pra terminar: “nenhuma relação nunca é fácil. Lembra que são duas pessoas, duas histórias, duas expectativas a respeito de si e do outro... sempre exige cuidado.”

Grandenorme beijabraço procê, menininha.
Me, TiaLux.
...

domingo, 28 de março de 2010

"Você é exatamente igual ao resto do mundo"

Hoje é um dia comum, domingo de sol e chuva em Salvador.
Angela saiu pra casa de uma amiga, Ramon foi fazer prova.
Raro momento comigo mesma, em frente ao pc, e sem muita vontade de escrever, mas me sentindo na obrigação de postar algo, afinal, não é? Faz tanto tempo. Aí me lembro da pequenina conversa com meu chefe esta semana, e me animo a escrever sobre fé. Sobre Deus. Sobre como Deus é muito bom comigo, e como colocou no meu caminho pessoas especiais que fazem toda a diferença, e desta forma, minha vida ter sentido.
...
Aí, por motivos que não vem ao caso, elejo uma dessas pessoas pra falar aqui.
Na verdade, é uma pessoa comum. Bem comum mesmo, cheia de medos e dúvidas e incertezas e tristezas insondáveis como qualquer outra pessoa. Ops, peraí. Não tão comum assim: ela tem um senso crítico muito aguçado, uma inteligência de causar inveja, tem a sensibilidade à flor da pele, e como diria Drummond, "apenas duas mãos e o sentimento do mundo".
Lembro-me de quando ela era pequenina, e seu sorriso já prenunciava a luz que traz hoje: quando sorria, não só seus lábios se abriam a mostrar dentes lindos - ela era toda sorrisos, os olhos, a bochecha, o corpo todo sorria e nos inundava de um sentimento que ainda hoje não sei explicar. De pequena já trazia em si um coração que não lhe cabia: embora menor, aos dois anos bateu em um coleguinha que fez a irmã mais velha chorar. Não podia ver ninguém triste, que já se punha a escalar o tristonho com mãos e pernas incontáveis, e ao chegar à altura do rosto, o segurava com as mãos, babava-o de beijos fartos, coroados por abraços quentes de seus bracinhos curtos. Ainda menina era a companheira e pau pra toda obra da irmã, que muitas vezes abusava de seu amor e generosidade: "se você contar pra mãe, maninha, ela vai me bater...". E ela se calava, e a vida continuava sem dramas, sem traumas, suas tramas.
Ela foi protagonista de infinitas histórias que hoje, todos adultos, nos matam de rir ao recordar: o sono escondido sob a cama da avó, enquanto todos desesperados procuravam por ela na vizinhança e no quintal cheio de buracos e armadilhas pra uma criança de ano e pouco; o soco inesperado nos órgãos genitais do pobre guarda da cinderela que a quis barrar na oitava vez que ia pro colo da princesa; lembrar a pinta na bunda da mãe ao ver uma bruxinha na feirinha em Curitiba; elogiar a fanta do almoço de domingo; sair sangrando no colo da mãe quando bateu pela trocentésima vez a cabeça no mesmo lugar... e tantas e tantas outras histórias!
Ela aprendeu a ler sozinha aos cinco anos, enquanto a mãe não se tocava de seu progresso na escola, cu-ti-sa-nol. Ela tinha a inocência e a ingenuidade deliciosas que a faziam tão especial "você tá nervosa, mãe?" ... grampeador na parede, "agora não, filha.".
...
Mas como a Graci tá descobrindo, e um dia eu também descobri, os dias passam. Transformam-se em meses, anos, e os filhos crescem. Em determinado momento, pra eles, é muito importante sua posição no grupo e ser respeitada por ele. Aí, um dia, sua mãe faz algo que acha que é pra protegê-la, mas que a magoa muito - ainda que a amiga estivesse errada. Depois, a tia coroa esta história de maneira espetacular. E ela perde a amiga, e deve ter sido horrível pra ela. Mas é mais uma história pra contar. Como quando se mudaram, ela e a mãe, pra uma "ilha paradisíaca, a quarenta minutos de Salvador". Aquela menina, sempre tímida e insegura, desabrochou. Explodiu em cores e nuances e amigos. Bob Pop.
E sempre a melhor aluna, a mais inteligente. Sem ter que fazer força pra isso. Professores ferrando a sala toda pra ferra-la também, o que acontece? É a única que tira nota azul. Isto não me surpreende, desde pequena eu amava reuniões de pais e mestres, para ela e a irmã eram só elogios, e esta mãe que é pouco coruja inflava feito sapo cururu e saia com aquele sorriso que dizia: "Minha filha!" "Minha filha!" enquanto pais não tão sortudos suspiravam por não terem filhos assim... :)
...
Na televisão, um programa de combinação. Quem descobrir os olhos, nariz, boca e cabelos escolhidos para o boneco pela produção, ganha uma moto. E caracas! Acontece de primeira! Mãe e filha na sala.
"Mãe, sabe qual a possibilidade de que isto aconteça assim, de primeira???"
"Não, filha."
Papel e lápis, algumas continhas rápidas, e uma resposta certeira, que agora me foge à memória. Você conhece alguém que goste disso? Que se divirta com isso? Pois eu conheço, e me divirto junto. E fez falta não ter prestado atenção, no último concurso que fiz, quatro questões sobre o mesmo assunto. E errei todas.
...
Dividindo um apartamento em frente ao mar, dormindo ao som das ondas. A mãe, deitada na rede na varanda do quarto, no andar de cima. A filha deitada no colchão na varanda da sala, abaixo. Olhando estrelas, conversando sobre constelações, sobre a vida, sobre o mar, sobre amar, sobre viver.
...
Domingos de lancha e ferry e shopping em Salvador. Lanche, cinema, sorvete.
"Meu queixo está sujo como o seu, filha?"
"Mãe!!!!!"
...
Eu podia continuar falando e falando e falando.
Falando de como ela é iridescente e de como faz diferença na vida de algumas pessoas.
De como ela não é nem um pouco igual ao resto do mundo.
E de como ela faz o mundo melhor por ser como ela é.
De que não, ela não vai conseguir salvar o mundo sozinha, nem Jesus, ou Gandhi, ou Madre Tereza conseguiram.
De que ela é especial justamente por seus defeitos e qualidades. E por ter consciência dos primeiros, e tentar melhorar sempre.
De que ela é insubstituível no coração e na vida de quem a ama.
De como ela faz toda a diferença na minha vida, e de como sou uma pessoa muito melhor por ter tido o privilégio de partilhar o caminho com ela.
...
Mas não vou falar nada disso.
Vou terminar com Quintana e Drummond, que amo.
...
SIMULTANEIDADE
Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar! Eu quero viver!
Você é louco?- Não, sou poeta. Mário Quintana
...
"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo, um carinho no momento preciso, o folhear de um livro de poemas, o cheiro que tinha um dia o próprio vento..." Mário Quintana
...
"Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar." Drummond
"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo." Drummond

terça-feira, 16 de março de 2010

Estou lendo...

... "Outras Palavras", de Lya Luft.
Que sou fã confessa dela, é fato. Os motivos, deixo pra outra hora. Agora peço licença e transcrevo um texto que amei, dentre tantos. Mas hoje este é o que fala mais fundo ao meu coração, e quero partilhar.

*****

Família:
conflito e transformação.

Em nossas opções se revela o que pensamos merecer: relação amorosa, trabalho, prazer, tipo de vida, família que constituímos, como nos cuidamos ou como nos destruimos.
Em fases diversas faríamos escolhas diferentes: alguns valores mudam junto conosco.
A família, esse chão sobre o qual caminharemos pelo resto da vida, mais esburacado ou mais sólido, mais ensolarado ou mais sombrio, não é uma escolha nossa.
Nascemos nesse grupo, com o qual eventualmente nem gostaríamos de conviver. Por ele somos parcialmente moldados, condenados ou salvos. Dele nos ficarão memórias ternas, o necessário otimismo e segurança, ou autoestima baixa e processos destrutivos.
Esse pequeno território é nosso campo de treinamento como seres humanos, num misto de amor e guerra: embora sendo do mesmo sangue, pais, irmãos e filhos não são necessariamente da mesma raça espiritual.
Para indagar o que seria uma família positiva (não gosto dos termos "normal" nem "saudável"), deixemos de lado os estereótipos da família sem conflito. Vamos esquecer a mãe vitimizada que gera culpa e raiva, o pai provedor tantas vezes sem espaço para ter, ele próprio, carinho e escuta, e os filhos talentosos, gentis e equilibrados.
Mesmo sem nada disso, a boa família é possível.
Como a definir? Como aquela que, mesmo se não nos compreende e até desaprova alguma escolha nossa, nos faz sentir: lá sou aceito e respeitado, lá me querem, lá tenho um lugar.
Idealização? Não creio. Fantasia é esperar que pais, irmãos e também filhos nos amem sem condições, nos aprovem integralmente, cuidem de nós a qualquer preço e queiram antes de tudo o nosso bem. A mãe não é invariavelmente uma santa, o pai um varão exemplar, o filho um cidadão estabelecido e sempre a postos quando os adultos esperam respeito e precisam d ecarinho.
Pais e mães são apenas humanos. Filhos são apenas humanos.
Crescendo saudavelmente, os filhos serão menos centrados nos pais do que em sua própria vida, e isso é bom: não é desamor, é amadurecimento e autonomia. A nós adultos cabe ter para eles ombro ou colo quando precisarem, sem estorvar quando buscam seus caminhos, eventuamente até controlando nossa angústia pelo destino deles.
Vale mencionar o que desejamos para eles: que sejam ricos, poderosos, belos e admirados, ou simplesmente felizes? Que conquistem a glória que nós ambicionamos, ou que sigam seu próprio caminho?
Nenhuma relação subsiste - a não ser doente - sem conflitos na busca dos espaços individuais. A família atual tem boas chances de transformação positiva. Naõ precisamos ficar juntos por preconceito, acomodação ou culpa, mas porque nos faz bem, porque nos torna seres humanos melhores, campazes de ter - e dar - mais alegria.
Mesmo que nos separemos, ou porque filhos vivem suas vidas ou porque às vezes pais se separam (sem deixar de ser pais e mães daqueles filhos), alguma forma de afeto pode persistir, e expandir-se como respeito e aceitação.
Assisti recentemente, com grande tristeza mas admiração ainda maior, pai e mãe, separados mas amigos, despedindo-se de uma filha muitíssimo amada, morta em plena juventude.
Sofriam uma perda inimaginável, que lembrava a todos nós, seus amigos, a nossa própria assustadora fragilidade. Nunca esquecerei a postura desses pais no sofrimento, os cuidados um com o outro, a inclusão de amigos e novos cônjuges no seu momento trágico, assim prestando uma homenagem ainda mais especial à filha que perdiam.
Seria comum essa transformação e multiplicação de afetos, na dor e na alegria, se em lugar de egoístas e confusos, fôssemos maduros e equilibrados.
Mas nesse caso, escritores, psiquiatras, antropólogos, sociólogos e tantos outros profissionais da alma humana ficariam privados de uma intrigante fonte de trabalho e reflexão. (Lya Luft)


*****

segunda-feira, 8 de março de 2010

A nós



Dia Internacional da Mulher. Mais um. De novo. Hoje os homens fingiram que sempre nos tratam bem, lembraram que somos importantes em suas vidas e nos parabenizaram. Ganhamos rosas, bombons, elogios. Sorrisos.
Amanhã, novamente, vamos acordar com a impaciência de quem não sabe preparar o próprio café. Com o guarda-roupa todo e nada para usar. Com o chefe nervoso por qualquer motivo e com o colega da mesa ao lado sem nem lembrar de nos dar bom dia. Porque dia da mulher é só um. Ainda bem.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Bipolar

Eu queria o mundo, mas tenho medo da saudade. O que conheço é tão pouco e a falta que me faz, gigantesca. Muitas vezes penso que não me cabe.
Sinto saudades das cores, dos cheiros, dos sabores. Das pessoas, dos risos, dos momentos. Dos sons. Dos sotaques. Dos olhares.
Para cada quilômetro andado, mil saudades novas. É tanta que não sei bem como lidar com ela. Quero ir para frente, conhecer mais, ver mais. Mas também quero voltar, visitar outra vez, ver de novo.
Queria ser duas. Ou mais. Com destinos difusos, confusos, oblíquos. Sem caminho certo, mas sempre no caminho. Feliz.

"A gente só leva da vida a vida que a gente leva." (Tom Jobim)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Novela mexicana




Ontem, tarde da noite. Estávamos Cintia e eu em casa, eu no quarto, ao telefone, e a Cintia assistindo tv. De repente a Jane chega, cara de bêbada. Continuo no telefone. Ouço choros no quarto ao lado. A Cintia vem e me pergunta se tenho remédio para enjoo. Jane passou da conta. Mostro onde está, ela leva para Jane. O choro continua.
Desligo e vou ao quarto dela, para entender o que está acontecendo.
- Jane, o que você bebeu?
- Caipirinha e cerveja.
- Ela até vomitou, Paula.
Não via a Jane desde quinta-feira passada, exatamente uma semana atrás. Ela não apareceu em casa durante toda a semana, acredito que pelo pedido que lhe fiz.
Parênteses para explicar.
Aconteceram algumas coisas, nos últimos meses, no mínimo curiosas lá em casa. E eu e a Cintia observamos que a responsável era a Jane. Então, pedi que ela procurasse outro lugar para morar. É claro que a situação não ficou das melhores, mas ela teve a reação mais politicamente planejada do mundo. Tanto que, no outro dia, me chamou para ir para a casa dela no final de semana. Enfim...
Ontem, depois de uma semana sem aparecer e com o celular desligado, a Jane chegou, naquele estado. Sentei na cama dela e a abracei, e vi a cena mais... forçada que já havia visto.
A mão da Jane morreu quando ela tinha 13 anos. Uma vez contei que a vi chorando de saudade da mãe. Até aí, normal.
Mas ontem foi forçado. Sério.
Ela chorava, quase gritando. "Paula, traz a minha mãe de volta. Eu deixo você levar a Isa, mas traz ela de volta".
Parênteses de novo. Isa é a irmã mais nova dela. A irmã que veio do segundo casamento do pai, depois que a mãe morreu. A irmã que ela cria como se fosse filha, apesar de morar com a mãe, em São Paulo, e que ela canta, aos quatro ventos que é a cara e o jeito dela. Que tem tudo dela e só dela. Mais uma vez, enfim...
Eu pedia para ela se ajeitar, mas ela não saia do meu colo. Dizia para levantar e ela dizia 'não'. E continuava chorando e quase gritando. Perguntava se queria outro remédio, um calmante, água... 'não', e continuava a cena.
Ficou assim até a Cintia me ajudar a levantá-la de cima de mim e colocá-la direito na cama. Em menos de cinco minutos parou de chorar.
Aí me pego pensando... como pode, gente, ser assim?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

E você, por que não se mataria?

Volta do almoço, paramos, eu e Lucas, meu amigo, para tomar um sorvete na padaria.
- Paula, por que você não se mataria?
Cara de espanto. A pergunta não tinha absolutamente nada relacionado com a conversa.
- Ué, porque eu gosto da minha vida...
- Ah, não, sem clichês. Por que?
- Meu, porque eu tenho medo de morrer. Porque eu quero viver mais de 100 anos e não tenho porque acabar com ela antes. E porque eu gosto da minha vida, ora bolas.
- Tá, mas sem o usual, por que você não se mataria?
- Lucas, por um monte de coisas. Que coisa!
- Eu não me mataria por sorvete, por exemplo. Se eu morresse eu não ia mais poder sentir o gosto de sorvete. E é tão bom!
...
Ok, Lucas, eu concordo!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Morar sozinha é um saco.

Uma droga.
Tá, tá. Não é assim de todo mal. Tem sua parte boa, é claro. Tipo, a liberdade. Saí de casa ontem às nove da noite com a Rose e a Manu e só cheguei hoje, às quatro da tarde. (Calma, mãe, eu estou viva.)
Sem contar que, como eu estou sozinha neste fim de semana - o Matheus está em Foz e o Fabiano em Ponta Grossa -, a casa está uma zona: tem coisas minhas espalhadas por toda parte, e eu não estou nem aí. (Na realidade estou, o Fabiano chega amanhã e vai ficar feio se as coisas continuarem aonde estão; mas o fato é que eu só tenho que pensar em arrumar a bagunça mais tarde.)
Claro, tem outras vantagens, mas eu não estou afim de falar delas agora.
Estou a fim de falar de uma coisa que me estressou agora, e é a razão de eu estar revoltada e fazendo este post.
Como eu já citei, eu cheguei em casa hoje às quatro da tarde. Com fome.
Sabendo de antemão o que tinha na geladeira (meu: um peito de frango congelado, meia cebola, um pouco de extrato de tomate congelado e um champagne e um vinho que eu ganhei do colégio no natal; do Fabiano, mas que eu posso pegar se eu repor depois: uma caixinha de milho e ervilha, muzzarela, um restinho de macarrão penne e um litro de leite), passei no McDonalds (morram de inveja aqueles que não sabem: eu moro a uma quadra de um Mc! :P ) e comprei um sanduíchinho daqueles de três reais (os únicos que valem mais ou menos a pena no quesito custo/benefício) pra viagem.
Ok, comi aquele negócio e fiquei susse.
Sete da noite eu começo a perceber que aquilo não matou a minha fome, e o mercado fecha às nove, no domingo. Vou ao mercado.
Tá. O que eu quero comer?!
Hum... Eu estou com vontade de cozinhar?! Não muito... Algo rápido, com certeza.
Nissim não, nissim é para quando começarem as aulas, e eu tô de férias, caramba! Mas macarrão é uma boa pedida...
Macarrão com atum??? Pode ser! Yeah! Adoro macarrão com atum! É rápido, prático e gostoso.
Vou até as gôndolas de atum.
...
Putz, quatro pila o atum... Ei! Este está três! Ah... Mas não tem aquele anelzinho de abrir... Vou ter que usar o abridor... Saco. Tá, vai o de quatro, mesmo.
Opa! Tem molho de atum pronto! Sempre quis experimentar este molho... E é quase quatro pila, também!
Acho que vou levar este... Será que tem do picante? Opa! Tem! Êêêêêêêêê!
Tá...
Atum, tem macarrão em casa...
Ah! O macarrão é penne... Para fazer com atum eu gosto do parafuso...
E agora?!?
Saco.
...
Não. Macarrão com atum tem que ser do tipo parafuso. Vou comprar um pacote de macarrão parafuso.
E então eu vou até as gôndolas de macarrão.
...
Caramba! Só tem pacote de quinhentos gramas! Vai sobrar muito... E amanhã é segunda, eu começo a dieta, não posso deixar em casa um pacote aberto de macarrão que com certeza eu vou acabar comendo! Droga! Será que não tem menor?!?!
(Procura, procura, procura.)
Saco. Também não vou comer mais essa droga de macarrão com atum.
E devolvo o atum na gôndola.
...
Passeio pelo mercado. O que eu quero, meu Deus?!?! Ai, seria tão mais fácil se alguém estivesse aqui...
"Decide: o que você quer comer?! Strogonoff?!?! Eu faço, minha especialidade! Macarrão!? Qual molho você prefere!? Hamburguer, que tal?!"
E assim eu sairia do mercado em apenas quinze minutos e todos ficaríamos contentes.
Mas não. Não dá. Hoje eu estou sozinha.
Saco.
...
(Nas gôndolas de iogurte e afins.) Hum! Chandele! Ah, mas eu não quero comer doce... Se não eu comprava Trakinas e pronto. Eu quero salgado.
Tá, mas e a sobremesa?! Amanhã você começa a dieta, e vai ficar um bom tempo sem comer chocolate...
...
Beleza, vou levar chandele. Mas não chandele, eu quero aquele aerado... Onde que está!??!
(Procura, procura, procura.)
Ah! Está aqui encima! Oba!
Putz... Mas quase cinco conto... Será que eu levo? Não queria gastar muito... E é só a sobremesa, eu ainda tenho que comprar a janta em si...
...
Melhor não. Deixa quieto. Vou procurar outra coisa.
...
Toddinho! Hum, boa idéia! Tá três reais o pacote com três, mas eu não vou tomar os três hoje... Melhor levar um só.
Ei! Será que não tem individual?! Não acredito!
Droga.
...
Ah, chocomilk vem um só... Cadê ele?!?!
(Procura, procura, procura.)
AHHHHHHHHH!!!!!!!! Não acredito! Não tem chocomilk! E agora?!?!
Saco, saco, saco. Também não quero mais.
...
Chego na parte das carnes.
Hum, eu posso fazer strogonoff... Ah, mas só em pensar em picar a cebola, picar o frango, picar o tomate... Não, tô com preguiça.
Ei, mas esta carne tá barata... Hum, strogonoff de carne, faz tempo que eu não como...
Ah, mas eu não vou cozinhar só pra mim, né. Saco, cadê o Paulo que prometeu que ia aparecer no fim de semana?!?!
...
Lasanha pronta não, muito caro.
Pizza, idem.
Sem contar que eu tenho que tirar todas as panelas de dentro do forno, esquentar ele... Dá mó trabalho e demora um tempão. Não, definitivamente não.
Pizza de microondas?!?! Ótima idéia! Quer dizer, seria, se eu tivesse microondas.
Hum, mas... Tive uma idéia! É isso! Agora vai!
PIZZA DE FRIGIDEIRA!!!!!
E dirijo-me até onde ficam as massas de pizza de frigideira.
...
Saco, saco, saco, mil vezes saco.
Por que razão os malditos fabricantes de pizza de frigideira não produzem embalagens individuais?!?! O quê eles tem contra as pessoas que moram sozinhas e são incapazes de comer, sozinhas, DEZ pizzas de frigideira?!?!
Sacanagem.
...
Massa de pastel, embalagem tamanho família.
Massa de lazanha, embalagem tamanho família.
Massa de minipizza, embalagem tamanho família.
Putz.
...
Depois de umas duas voltas pelo mercado, sem nada que me chame a atenção, volto à gôndola de atum.
Acho que vou levar esse molho de atum, mesmo. E fazer com o penne mesmo. Que se dane.
Isso. Beleza. Vou comer penne com atum mesmo e que se... Ei! Não tinha visto isso! ADORO esse patê de atum! E só quatro pila! Ah, é esse mesmo, e vamos que vamos! Vou pegar umas torradas e pronto!
E vou, bem contente e feliz, procurar torradas.
...
Hum, qual dessas!?!? Bauducco é a melhor. Light, integral, salgada... Pode ser a integral mesmo.
Mas, sei lá... Acho que eu não estou muito afim de comer torradas... Queria alguma coisa quente, não uma torradinha seca e sem graça.
Droga.
...
Voltamos à estaca zero.
Torrada?
Não.
Macarrão?
Não.
Strogonoff?
Não.
...
Saco. Saco. Saco.
...
Juro. A próxima pessoa que disser que capricorniano é que é indeciso apanha.
...
Por fim, uns quarenta minutos depois - e não, eu não estou exagerando - eu saio do mercado.
Com um nissim de bacon e um Ades de chocolate.
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