segunda-feira, 26 de julho de 2010

Contagem regressiva...

Em menos de 20 minutos o avião que traz minha mãe de volta pro Paraná decola.
Em pouco mais de 3 horas ela chega em Curitiba.
Em menos de uma semana eu vou abraçá-la.
Feliz. Muito feliz.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Desde sempre.

Acho que acontece por causa da idade. Ou não.
Eu vinha, sob chuva forte, para o trabalho. Bem mais cedo do que o habitual. para acertar pendências, "deixar a casa arrumada". O cadarço do tênis desamarrou, e tentei amarrá-lo, tarefa impossível: guarda-chuva em uma mão, mochila de viagem em outra. Andei meia quadra até encontrar um ponto mais alto, onde pudesse colocar o pé e me apoiar, e finalmente consigo amarrar o cadarço. Ao dar a laçada, o lapso.
*
"Mas eu não consigo, mãe!"
"Claro que consegue, filha. É só querer, e tentar com cuidado."
Paulinha tenta, com seus dedinhos pequenos, dar a laçada no tênis. Parada ao seu lado, Maya observa, atenta. Duas ou três tentativas depois, ajuda imperceptível da mãe, o laço sai. Meio como "O Elefante", de Drummond, mas ali, garboso e real. "Viu, Paulinha? Eu sabia que você conseguia!!!" Com esta constatação, Maya é toda sorrisos, beijos, abraços e júbilo sobre a irmã.
*
Estes laivos repentinos do passado são, na verdade, pequenos oásis nos meus dias.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Este é um post rápido.

Tô toda quebrada.
Merda. Caí do telhado.
Mal consigo andar.
Ninguém apareceu em casa o dia inteiro.
Tô sozinha.
Tive que ir disfarçando a dor pra não mancar e nem pagar mico e ir no mercado comprar alguma coisa pra comer.
A net resolveu cair.
Tive que disfarçar a dor pra vir na lan house ver se o meu professor lançou as notas.
Saco.
...
Ainda bem que a mãe tá vindo.
=D

quinta-feira, 8 de julho de 2010

"Dorme agora, faz tanto frio lá fora..."

"Alô."
"Mãe, você estava dormindo?"
"É isto que eu costumo fazer às cinco da manhã, filha..."
Se eu não tivesse saído bruscamente do sono profundo, teria tido presença de espírito e respondido "não, minha filha, dançava rumba!".
"Mãe, eu tô bem. Eu tô bem, mãe. Mas não sinto minhas pernas. Mas eu tô bem."
"Como assim, Maya?"
"Eu tô bem, mãe. Eu tô bem."
"Filha, o que aconteceu."
"Eu caí do telhado, mãe. Mas eu tô bem."
"Minha filha, o que você fazia em cima do telhado às cinco da manhã?Você já foi ao hospital?"
Seguiu-se um amontoado de frases insanas, sem sentido, das quais a única palavra que apreendi foi chaves. Na verdade, àquela altura, o porquê não interessava.
"Foi ao hospital, filha?"
"Não, mãe, eu vou agora. Se eu parar de falar, é que meu celular descarregou."
"MAYA!!!!! Me dá o telefone de alguém que tá com você!"
"Ninguém tem telefone, mãe. Ninguém. Agora eu vou pro hospital, mãe. Tô indo. Depois te ligo, viu?"
E desligou. Assim, sem mais. Assim mesmo. Me acorda de madrugada, conta que caiu do telhado e desliga.
"Mãe, não falei que tô indo pro hospital?"
"Filha, onde você está?"
Ela fala o nome do bairro.
"E pra qual hospital você vai?"
"Não sei, mãe, não sei. Na Vicente, acho."
"Que hospital, Maya?"
"PRA QUE HOSPITAL A GENTE VAI, PESSOAL? Pro Pilar, mãe, pro Pilar."
"Nossa Senhora do Pilar, filha?"
"Isso, mãe."
"Filha, quem está aí com você?"
"A Manu, mãe. A Manu."
"Qual o celular da Manu?"
"MANUUUUUUUUUUUU!!!! FALA SEU CELULAR PRA MIM!"
Celular devidamente anotado, telefone mudo, coração inquieto. Ligo pra Gi, morrendo de vergonha de incomodar minha amiga, mas me digam: o que pode mais fazer uma mãe que está a dois mil quilômetros da filha que acaba de cair do telhado e que liga pra ouvir a voz da mãe e se sentir segura? Procurar alguém que possa cuidá-la, já que a mãe está longe.
Menos de cinco minutos: "Mãe, já tô no hospital. Nosso amigo é médico, ele trabalha aqui, vai atender a gente. Parece que não foi nada, não."
Outros três minutos depois: "Mãe, já fui atendida. Ele me deu remédio, eu tô bem. Não foi nada não, só o susto."
"Como assim, já foi atendida? Não vai tirar radiografia, ver se quebrou algo?"
"Já tirou, mãe, já tirou. Tô indo pra casa."
"Não vai não, Maya. A Tia Gi tá indo praí ver você, pra me dar notícia. Espera ela chegar!"
"Não, mãe! Você incomodou a Tia Gi porque???? Não posso esperar, mãe, o pessoal vai me dar carona! Tenho que ir pra casa, dormir. Repousar."
Ligo de volta, com minha grande cara de pau, e digo à Gi que não precisa mais sair. Na verdade eu só a tinha acordado pra colocar mais emoção na sua vida, e fazer o grande favor de prepará-la pra 'pós adolescência' da Carol. Obrigada, amiga, e desculpe mais uma vez.
"Maya, chegando em casa põe este celular pra carregar, entendeu? Não vai dormir sem fazer isto, entendeu?"
.
Passaram-se só quarenta e cinco minutos do momento em que acordei até agora. Preciso falar com alguém. Ligo pro Paulo? Coitado, não. Vai se preocupar e não vai adiantar nada, está longe também. Melhor esperar dar umas seis e meia, aí ele já deve ter levantado pra trabalhar... sábia decisão, esta. Depois pensei melhor e pensei que não, eu não deveria preocupá-lo. Melhor deixar que a Maya conte, assim ele vê que está tudo bem com ela.
.
Não, eu não fiquei brava por você ter ligado, filhota. Na verdade, fiquei angustiada sem saber se você estava bem mesmo ou só dizia isto pra me tranquilizar. E quase posso apostar que só foi ao médico pela tarde, já cheia de dores. Na verdade, você ligar pra mim neste exato momento me fez muito bem: percebi que continuo, mesmo distante, sendo um porto seguro pra você. E que você continua sabendo que pode contar comigo, sempre, a qualquer hora. Confiar em mim quando precisar. Ligar a qualquer momento, de qualquer lugar - seja pra contar que saiu Lady Hawk e o feitiço de Áquila no Imagem e Ação (e que você não acertou!), seja pra contar que caiu do telhado às cinco da manhã. Mesmo que a minha primeira vontade seja pegar você pelo braço, deitar no meu colo de barriga pra baixo e descer a mão até que ela inche. Ou sua bunda, ou minha mão.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A primeira copa da minha vida

Não, 2010 não é a primeira copa que tenho na memória. A primeira de que me lembro é a do tetra, em 94, quando estávamos em Curitiba. Me lembro de que eu e a Maya estávamos jogando Sonic em um tapete branco, felpudo, na casa de uns amigos dos meus pais quando pediram (mandaram, na verdade!!!) que a gente desligasse para que assistissem à final contra a Itália. E que final. Lembro-me que meu pai não aguentou assistir aos pênaltis. Ficou lá fora e depois correu pro abraço. À época fiquei muito brava por atrapalharem o meu Sonic. Hoje entendo.

Em 98 também me lembro da final. Triste final. Me lembro de todos nós assistindo o Brasil ser derrotado pela França na nossa casa, na Vila C. Lembro que ali começou minha raiva pela seleção azul.

2002. Lembro até da data do penta: 30 de junho. Aniversário do João, meu amigo, fizemos passeata em Corbélia. Tudo era verde e amarelo e a sensação que me lembro era de puro êxtase. Mas, dessa copa, não me lembro sequer da final.

Confesso, nunca fui fã de assistir a jogos de futebol. Em 2006 ia por causa do embalo da galera. Faculdade, jogos com muita cerveja. O quadrado mágico que todos nós acreditávamos que ia humilhar o resto do mundo, com Ronaldo Fênomeno, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Kaká.... E que nos levou até as quartas, esbarrando em Zidane e na França, mais uma vez.

Hoje, 2 de julho de 2010, mais uma vez abandonamos a copa nas quartas. Dessa vez enfrentamos uma equipe diferente e, para a nossa felicidade antecipada, a França e a Itália foram eliminadas ainda na primeira fase. Hoje, 2 a 1 para Holanda. Na primeira copa que curti, que parei para assistir a jogos além dos do Brasil, que quase chorei ao ver a nossa seleção partir.
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