sábado, 26 de dezembro de 2009

Mar Grande, 25 de dezembro, 2009 - 03:00h

Filhota, eu queria muito estar com você agora e abrir os braços num abraço gostoso de 'feliz ano novo'.
Queria lhe dar um beijo, um monte de beijos entre abraços infindáveis.
Queria poder ver seu sorriso de 24 anos (é, chegou...).
Queria poder passar este dia especial com você.
Infelizmente, né? Nem tudo o que a gente quer a gente pode - mas por mais que se saiba disso, sempre se quer algo que não pode...
Coisas que eu queria e não posso:
- impedir que as pessoas a magoem.
- impedir que você descubra na pele que crescer dói.
- às vezes (só às vezes) impedir que você crescesse também.
- fazer com que "saudade" fosse só uma palavra no dicionário.
- colocar na meia do papai noel um carro novo (com carteira de motorista pronta) ou um pacote de viagem ao redor do mundo com uma SHUMP câmera fotográfica pra você sair pelo mundo sendo feliz.
- poder sentar toda tarde na rede, frente ao mar, tomando tererê com água de coco e falando da vida. Ou não falando nada. Com você.
...
A lista poderia continuar - minha imaginação pode ser fértil, por vezes. Mas uma lista maior não ia falar mais do meu amor do que esta aí. E de tudo o que você possa ter certeza na vida, filha, saiba: o meu amor está incluso. Incondicionalmente. *
Você sabe, não sabe?
Que eu a amo. Que peço a Deus por você em todas as nossas conversas. Que torço por sucesso, e sua felicidade. E que desejei você, (Ana) Paula, desde que tinha nove anos de idade. E que eu a amo. E amo. E amo.
Feliz ano novo, filha querida.
Curta muito o seu passeio.
Todo o amor,
mamãe.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Só porque eu queria que o senhor soubesse...

Eu já aprendi a falar do senhor e da sua partida sem chorar, vozinho. Com muito custo, confesso. Mas é inevitável ver algumas coisas e, principalmente, ouvir algumas coisas, sem lembrar do senhor. E hoje, quando vi o post da Mayinha, foi impossível me controlar, vô.
Ainda mais nessa época... É tão bom lembrar, seu Ney, das nossas brigas, das nossas brincadeiras, do senhor implicando com meu cabelo, gritando pela número 1 ou sair cantarolando 'Caiarolina' pela casa.
Por outro lado, é tão triste pensar que já vão se fazer dois anos e a sua ausência toma proporções cada vez maiores em mim. Eu odiava, vô, o cheiro que o senhor tinha de café com cigarro, e hoje gosto tanto quando sinto um pouquinho desse cheiro em alguém.
Me irritavam, por vezes, as histórias que o senhor inventava, e hoje me pego as contando. Sem perceber, também estou volta e meia cantando músicas que o senhor ouvia sem fim.
Vejo tanto do senhor no meu espelho. Em uma das minhas unhas, que tem o mesmo defeito que a do senhor tinha. Nos meus cabelos, que esbranquiçam mais rápido que nunca. Na vontade, seu Ney, de confortar todo mundo que se gosta.
Eu queria, vô, poder ver o senhor mais uma vez, ao menos. Queria poder dizer o quanto incomoda a falta que o senhor faz. Queria que soubesse que eu sempre me orgulhei do homem que o senhor foi, com todos os defeitos e limitações. E que eu tenho a certeza - ou quero ter - de que vamos nos encontrar um dia. E que o senhor só se foi antes para ajeitar tudo e ter a certeza de que vamos ficar bem quando chegarmos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lucemary . e Paulinha ;) decoraram a Árvore de Natal (BuddyPoke)

Pelo menos assim meu Natal não vai passar em branco... Valeu, mãe!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Colo de mãe - ao avesso.

O melhor do colo de mãe, sabe o que é?
É que, às vezes, sua filha te oferece esse colo. O aconchego, a paz, a certeza de ser amada, o abraço gostoso, o papo que flui sem se notar, o silêncio que se torna cúmplice nessa relação.
Não importa a distância, não importa que nem sempre ambas curtam as mesmas coisas, concordem em seus pontos de vista, estejam em perfeita harmonia: o amor torna tudo irrelevante - mesmo que existam brigas por vezes. E o colo sintetiza isto: nada como colo de mãe. Mesmo quando a mãe tem 21 anos e a filha, o dobro.
Tantas vezes, filhota, seu colo me acolheu...
...
Concordo. Saudade não deveria existir.
...
Discordo. Se não existisse, não saberíamos o tamanho da falta que uma faz à outra. E não haveria a possibilidade da alegria inebriante quando nos encontramos de novo.
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Eu queria, sim, que meu colo pudesse estar mais perto mais tempo. Porque mais que seu colo quando preciso, amo quando você vem pro meu, minha menina de cachinhos dourados e coração imenso e sorriso franco e peito aberto e tão dona da verdade... amo você. E agora tenho dois aparelhos de celular.
...
P.S. Amei o texto do seu blog. MUITO.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Colo de mãe

Hoje eu queria minha mãe aqui perto. Pra me dar colo, pra gente comer nescau ball e assistir novela juntas. Pra gente brigar, talvez. Pra ela chegar insuportavelmente estressada depois de um dia puxado (hoje é dia 10, começo de mês e o banco lota) e ficar super feliz porque eu fiz aquele bolo que ela gosta, comprei a skol gelada e a coca pra arrematar.
Hoje eu queria que a saudade não existisse. Nem a distância.
ps. Celular serve pra ser usado, dona Lucemary.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Constatações

Na terça eu tive um sonho estranho, que me fez acordar de madrugada - na realidade, eu vivo sonhando, e sempre são coisas estranhas; mas foi muito tenebroso, e me fez pensar em duas coisas.
Primeiramente, o sonho: eu não lembro muito bem o contexto; sabe-se lá por que cargas d'água, a Paula tinha morrido. Sério. E, pra piorar, eu só fui saber disso quase um mês depois!!!
A primeira coisa sobre a qual eu fiquei a refletir foi o desespero. Eu não sei como eu me sentiria, como eu lidaria com isso. Desde criança eu e a Paula fomos muito ligadas. Ela sempre foi o meu sol, o meu objetivo, a minha "ídola". Ela era a mais bonita, a mais legal, a mais divertida, a mais família, a mais tudo. O que eu sentia era meio que uma invejinha, mas uma invejinha boa... Tanto que tudo o que ela fazia, eu queria fazer também - eu queria muito ser ela! Meus amigos, por muito tempo, foram os amigos dela. As minhas piadas, as piadas dela. Os meus desejos, os desejos dela.
...
Eu gosto disso, sabe. Dessa nossa relação. Desse nosso amor. Não que eu não ame o Paulo ou o Matheus - é claro que eu amo! Mas é diferente... Por a gente ser "menininha", por termos pouca diferença de idade. E por sermos tão diferentes, também, eu acho. Algumas cenas memoráveis (não por mim; minha memória é péssima, mas contada pela própria): certa vez, em Taquara, ela puxando meus cabelos até minha cara encostar no chão. Ou na casa do Bairro Alto, ela montando em mim, como se eu fosse um cavalinho - e fazendo EEEEIIIIIIIAAAAAAAAA!!!!
Mas ela sempre foi fofa... Tem uma foto nossa - AMO!!! -, acho que num aniversário dela, que eu a estou abraçando... Muito linda! Outro momento que eu adoro e que está registrado em fotografia, também: ela lendo o novo testamento, para mim, e eu no colo dela - detalhe: ela não sabia ler e o livrinho estava de ponta cabeça!!! :D

Pois é... São 22 anos que ela tem sido minha guia, e vai continuar sendo, mesmo que nossos caminhos estejam hoje meio afastados, que eu acabe não entrando em contato sempre. E isso me retoma ao segundo pensamento que eu tive, depois do sonho.
Eu sou muito desnaturada. Imagine, eu só tinha descoberto que a Paula havia morrido quase um mês depois! E isso porque eu não falava muito com ela e nem com a minha família...
E isso é verdade, e é algo que eu sei, e que eu quero MUITO mudar. Eu peço perdão, eu sou realmente distraída - mas é algo que me incomoda, mesmo. (Aliás, até esse lado "não desnaturada" eu invejo da Paula...)
...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Metamorfose

Caminho do Boulevard até a casa de D. Teresa, que fica na rua em frente, seguindo até a subestação. Calor de matar nesta terra de meu Deus, o vestido longo gruda nas pernas, vou pensando na vida e lembrando momentos importantes da minha vida junto à esta família especial que tomei como minha por paixão.
Chegando lá, na dúvida sobre qual a casa, afinal só estive aqui uma vez depois que se mudaram, e fazem pelo menos seis anos... me alegro por ver seu Suedi aguando as plantas.
Encosto no portão e fico olhando, matando a saudade imensa do meu coração... resolvo mostrar minha presença:
"É bom ver o povo molhando as plantas nesse tempo quente!"
Ele me olha como quem diz 'mais uma louca neste mundo', abaixa os olhos e continua molhando as plantas. Pelo canto dos olhos percebe que continuo ali, e provavelmente pensa 'vou dar uma atençãozinha pra ver se vai embora', e responde:
"É, neste calor tem que aguar mesmo pra não morrerem."
Abaixa os olhos e continua sua lida.
Neste momento Sílvia sai pela porta até a garagem e grita "Oiiiiiiiiiieeeeeeee!"
"Será que alguém pode abrir o portão pra eu entrar?"
"Pai! Você não tá reconhecendo a Lucemary????"
"Magrinha deste jeito, não."
Muitos risos, e abraços.
"Ô, seu Suedi, pensei que todo mundo que me conheceu jovem me reconheceria sem problemas..."
"Ah, mas além de magra de novo, você tá loira..."
...
Tá explicado.
:)
...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sobre a amizade

Nada melhor do que uma aula que acaba mais cedo, não?
Ainda mais quando a previsão é de que ela acabe às 23h, e às 19:30 a professora libera todo mundo...
Foi isso o que aconteceu hoje, e então é claro que o pessoal foi em peso para o CAEM, jogar sinuca e pebolim. E eis que eu escuto: "vamos jogar boliche, Mayazita?"... Ha! Imagine que não...
E fomos. Eu, Gabi, Higor, Victor, Gorfo, Matinhos, Rafael e Braguetto. Em três carros, claro, lá no Shopping Curitiba.
Só que... Boliche só jogam 6, né. E ficaram eu e a Gabi pra próxima. Aí, enquanto os machos jogam, vamos nós, meninas, passear no shopping. E voltamos... E eles, nada.
Depois de um tempo terminam a primeira partida. "Vamos outra?", eu ouço - mas não para mim. Nãããããoooo... Eles nem lembraram da gente.
Ok.
Não vamos ficar de cara virada, né? Com a gente nunca tem tempo ruim - afinal, lá tem sinuca também... "Vamos, Gabi?"
"Vamos!!!!". E fomos.
E claro, nós terminamos (eu ganhei!), e voltamos para a pista de boliche, e eles ainda lá. Até que terminaram.
Eu pergunto: "Higor, vocês vão embora agora?"
(Higor)"Não, nós vamos na pizzaria... Vocês querem ir?"
(eu)"Ah, não vai dar... A mãe da Gabi não quer que ela volte tarde..."
(Higor)"Ah..."
(Silêncio.)
(eu)"Ah, então a gente já vai..."
(Silêncio.)
(eu)"Eu vou levar a Gabi no ponto de ônibus, e depois eu vou a pé pra casa... É aqui pertinho."
(Higor)"Ah, beleza... Mas, Gabi, você não quer ir na pizzaria com a gente? Depois eu te levo pra casa, é caminho pra minha."
(Gabi)"Não, minha mãe não quer que eu chegue tarde... Estamos indo, tchau!"
E fomos. E isso era 21:30 da noite.
...
Sacanagem, viu. Pura sacanagem.
Seis meninos. Três carros.
CUSTA eles levarem até em casa a Gabi? Eu? Aliás, nem precisa ir até em casa, CUSTA eles levarem a gente até o ponto?
É aí que eu me pergunto sobre a amizade. Eles não tinham obrigação de levar a gente em lugar nenhum - é óbvio, o carro é deles, eles fazem o que quiserem com o carro deles, levam quem eles quiserem aonde eles quiserem. Mas amigo não faz isso, sabe... Amigo se preocupa. Amigo quer que o outro fique bem. Amigo, pelo menos, diz: "pô, me liga quando chegar em casa, pra saber que você tá vivo...". Amigo é assim.
E é foda, porque amizade não é algo que se cobre. É algo que se dá.
Amizade é conversa, é diversão, mas também é um certo 'querer bem'... É preocupação... É ouvir quando o outro precisa falar... É ir em uma segunda feira de feriado para o politécnico, num dia de frio e chuva, ensinar cálculo. É dar força quando alguém não passou no teste de carro. É emprestar 5 conto pra tomar uma cerveja no bar. É simplesmente estar em silêncio ao lado de alguém sem que este silêncio incomode.
...
Sacanagem.
...
(É. Amizade mesmo é coisa rara.)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Minha mãe me achou na lata do lixo


Ela sempre inventou essa história, e eu nunca acreditei.
Mas, pensando bem, acho que é verdade.
Senão, porque ela estaria há uma semana em Curitiba e nem daria sinal de vida?!
E ainda ficaria postando textos que me causassem inveja?
E mesmo eu IMPLORANDO pra ela me visitar, ela nunca me diria quando?
É, acho que ela me achou mesmo na lata de lixo... Pelo visto, continuo fedendo!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pequenas cenas do cotidiano - II

Acordo num dia frio e cinzento, antes das sete. Sim, estou em Curitiba.
"Quer café, filho?"
"Não, mãe, pode dormir."
...
"Mãe?"
"Oi?"
"Não quer fazer café pro seu filhinho?"
"!!!"
...
Café preto, ovos mexidos na manteiga, pão dormido, meio papaia.
"Tenho que comer o mamão, mãe?"
"Se não comer, não come o pão com ovos."
Devagar, ele vai comendo pedacinhos do mamão. Acabo de lavar a louça, pego o mamão da mão dele e como um grande pedaço, incontinenti colocando uma colherada na sua boca - e ele fica ali, me olhando, mastigando como se tivesse um pedaço de borracha na boca.
"O que foi, Matheus?"
"Não gosto de mamão."
Me acabo de rir: "Ô, filhote, não precisa comer então, você sabe."
"Queria te agradar, mãe."
...
"Filhota, já levantou? Fui comprar pão fresco e leite pra fazer seu café! Depois ia te acordar... Maya, desliga esse fogo. Você não vai comer sopa no café da manhã, fui comprar as coisas pra fazer um café decente!!!!"
"Ah, mãe, tá tãããão boa!!!"
"Não! Senão não vai comer direito!"
"Só uma colher então?"
...
Pão com ovos, queijo, presunto, chocolate quente, pão de queijo, meio papaia.
"Vai comendo o mamão enquanto termino os ovos, filha."
"Mãe, mamão é saudável demais pra mim!"
"Por isto mesmo..."
"Mas é doce! O docinho é por último!"
"Se não comer agora, vai encher a barriga e não vai querer o mamão..."
"Se comer agora, vou encher a barriga e não vai caber o pão!"
...
Estou no computador quando ela termina o mamão e vem esfregar no meu nariz, "ó, comi tudinho, saudável o suficiente por hoje!?"
E vai pro quarto fazer os trabalhos que tem que entregar.
"Mãe, adoro desenhar."
...
Eu amo essas pequenas coisas do dia a dia que não posso ter amiúde.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pequena cena do cotidiano



Meu voo chega pouco antes do almoço. Maya me espera junto à Biblioteca, dia frio e cinzento em Curitiba - normal. Após um lanche rápido, ela parte rumo à sua lide diária. Eu e Matheus vamos almoçar, e descubro que o restaurante tem rodízio de sopa à partir das 16:30... hmmmm!!!
"Mãe, a sua sopa é mais gostosa."
Tá, tudo bem. Pode até não ser verdade - mas ele é bom em me agradar, e vamos ao mercado, providenciar as coisas pra sopa: carne, aipim, batatas, cenouras, cebolas, tomates, couve (não, a Maya não gosta de couve na sopa!), mandioquinha salsa (fresquinhalindaebarata)... paro na seção de hortifruti do Mercadorama e fico, embevecida, namorando os salsões, couveflores, beringelas, brócolis, os vários tipos de alfaces, pepinos, vagens, as hortaliças verdes, suculentas, viçosas, frescas, a exuberância das cores e espécies de legumes e verduras, e desfrutando o prazer de poder escolher e consumi-los fresquinhos, tenros, pagando o preço justo pra isso...
.
Eu queria isso no meu cotidiano nordestino. Infelizmente não se pode ter tudo na vida.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Receita: como ter uma dor de barriga

Fique com fome - ou melhor, fique com fome em uma madrugada de uma terça feira pós feriado.
Não vá ao mercado durante todo o feriado.
Veja se tem um pouquinho de macarrão no armário.
Procure coisas na geladeira para fazer um molho no macarrão - pode ser desde catchup (que eu não usei) até mostarda escura e shoyu (isto eu usei) - use a imaginação!
Pique uma cebola e um alho, jogue em uma panela com óleo e refogue. Quando começar a dourar jogue as coisas meio líquidas, tempere com sal, pimenta, páprica, o que tiver.
Quando o molho estiver fervendo e com uma cor de vômito, jogue o macarrão cozido, um pouco de queijo e presunto, misture e pronto! É só comer e correr pro abraço (com a privada).
:)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Só pra constar (postar, atualizar, ...)


A partir de amanhã eu TÔDIFÉRIAS!!!!!!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Selos em blogs

Então... eis que, fuçando no blog da minha querida Drika, descubro que existe, agora, uma 'corrente' de selos... Assim, quem é indicado por um blog que tem selo faz parte dessa corrente. E indica mais 10 que gosta de ler e 5 coisas divertidas que goste de fazer.
Mãe e Mayinha, apesar de o blog ser coletivo, a Drika falou de mim (hehehe... tá, eu me acho!!!), então tomo a liberdade de responder de maneira particular, ok?!

Blogs:
- Cabelos Cor de Limão, da minha comadre amada para o nosso polaco
- Confidêntia, da minha mãe, porque ela é foda!
- Fragmentos, que anda meio morto, mas é muito bom
- Cacto Lacto, da Drika (do balaco-baco!!! - e não é pq ela indicou o nosso não, é pq é bom mesmo!!!)
- Não-enviadas, das minhas queridas Graci e Camis
- A eterna estrangeira, da Tati Lazzarotto, que escreve de maneira encantadora
- Retalhos, da Scheylinha, que brinca com as palavras assim como com as fotos - Pepino Circense, do Finito Carneiro, figurinha rara
- Asnático, do Morris, que tem a criatividade mais criativa (?!) que conheço
- Sui Generis, do Xico, que foi meu professor e descubro que é, também, detetive
- Me rendendo aos encantos, da Rê, que me faz pensar, sempre


As cinco coisas que gosto:
- Palmito
- Fotografia
- Família
- Minhas crianças
- Bahia

ps. os blogs que foram indicados precisam fazer o mesmo.

Drikaaaa amada! Brigada! Saudade, trem!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Já perceberam que a gente sempre arruma algo para fazer quando tem algo mais urgente a ser feito? Observe eu, por exemplo: tenho prova de química hoje à noite, e já arrumei o quarto, já fiquei na net fuçando em blogs alheios... tudo, menos estudar. :(

(Droga! Cadê a disciplina que eu estava procurando no outro post?! Saco!)

sábado, 19 de setembro de 2009

Galatixa bocada




"Tia Lu, você sabia... que um dia... eu tava no parquinho... e encostei numas folhas... e saiu correndo galatixa bocada????"
"É mesmo, João? Galatixa bocada????"
"É, tia Lu. Bocada mesmo. Pra todo lado."


...

Precisa traduzir???

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Mãe da Paula


Ontem à noite tento me conectar, não consigo. "Merda", penso, "tenho que ir amanhã pagar."

Hoje logo após o almoço vou até o provedor para resolver o problema (não, não há débito em conta. Não há boletos, tampouco. E não, não tem conta no BB pra eu transferir), e nem bem coloco a ponta do pé na porta, vem chegando a moça responsávelo pela assistência técnica, suando em bicas e empurrando uma bicicleta. Sorrio para a atendente à mesa, enquanto a moça da bicicleta senta-se em outra cadeira e segue-se um diálogo no mínimo, inusitado. Se não esdrúxulo.

"Boa tarde" (eu)

"Essa é a mãe da Paula!" (a atendente, com cara de quem descobriu a roda)

"É, eu sou..." (eu de novo)

"Eu sei que ela é a mãe da Paula." (a moça da bicicleta)

"Tá indo pra casa agora?" (atendente)

"Ah, não, acabei de vir de lá!" (moça da bicicleta)

"Não, na verdade..."(eu)

"Já fui lá duas vezes debaixo deste sol!!!" (bicicleta)

"Mas não falta só ela?" (atendente)

"É, só falta ela. (suspiro)" (bicicleta)

"Então ela vai lá agora com a senhora..." (atendente)

"Na verdade, eu só vim pagar..." (eu)

"Ah, mas a internet não tá funcionando e ela tá visitando os clientes..." (atendente)

"É, eu tô." (bicicleta)

"...e só falta a senhora..." (atendente)

"É, só falta. E já fui lá duas vezes debaixo deste sol!" (bicicleta)

"... pra reinstalar o sistema..." (atendente)

"Já fui lá duas vezes hoje!" (bicicleta)

"Ah! Então é por isso que não consegui entrar na net ontem..." (mais um pensamento em voz alta do que uma constatação)

"É. Mas ela pode ir lá com a senhora..."

"É, eu posso. Mas eu já fui duas vezes hoje, se não der posso ir depois."

"Não, não. (Deus me livre!) Se você puder ir agora, eu tô em horário de almoço... melhor ir agora, porque depois, só à noite... e à noite você não trabalha, não é?"

"É. Então vamos logo!" E já se levanta pegando a bicicleta pra sair.

"Tudo bem. Mas eu tô à pé... vou demorar um pouquinho mais do que você que está de bicicleta..."

"Então a senhora vai na frente, mãe da Paula. Daqui a cinco minutos eu saio e encontro a senhora lá."

Os cinco minutos, na verdade, foram quase trinta. Acho que de castigo porque ela teve que vir, mais uma vez, embaixo daquele sol. E agora a mãe da Paula tá aqui contando esta história pra falar do que mais marcou nesta historinha: perdi a conta do número de vezes em que a Paula torceu o nariz por ser conhecida e/ou reconhecida como a "filha da Lu" e, no final, toda moeda tem dois lados: a filha da Lu e a mãe da Paula. Cara e Coroa.

domingo, 13 de setembro de 2009

Sobre escolhas

É madrugada e aqui estou eu, morrendo de sono.
O que eu tento aqui é cumprir com um certo propósito que eu fiz comigo mesma, e é sobre isso que eu escrevo. Sobre escolhas. E responsabilidades.

Depois de um fim de semana deveras interessante, cheio de conversas, surpresas, constatações (e um pouco de álcool), eu tento escrever. E escrever sobre algo que foi motivo de uma conversa também interessante (apesar de ter parecido ser bem banal), que me fez constatar uma certa verdade (porque isso é, hoje, para mim, uma verdade): nós somos o que somos devido as nossas escolhas, e tudo na vida é escolha.

"Nós podemos tentar deixar de fazer escolhas ao não fazer nada, mas mesmo isso é uma decisão." Esta frase é de autoria do ator Gary Collins, que eu encontrei por acaso nem lembro aonde. Apesar de estar no meu orkut há algum tempo já, parece que só hoje ela fez realmente sentido. Eu poderia estar dormindo agora - na verdade é isso o que eu realmente desejo. Mas não estou. Estou aqui, tentando manter a minha palavra, que tantas vezes já quebrei, e atualizar este blog. E, apesar de ser madrugada, daqui a pouco (assim que terminar este post), vou limpar a casa - afinal, ela tem que ser limpa (sem contar que, se eu quero que as coisas deem certo aqui em casa, eu preciso dar o exemplo e fazer o que eu preciso fazer no tempo correto). E ainda pretendo fazer alguns dos dezoito desenhos que eu tenho que entregar nesta quinta feira, dos quais eu ainda não fiz nenhum.

E é exatamente disto que eu estou falando: de responsabilidade.

É claro que eu poderia ter feito estes desenhos (ou a maior parte deles) durante este fim de semana, mas eu não fiz. E não fiz porque eu escolhi fazer outra coisa - que foi bem mais interessante; mas, no fim das contas, me fez estar aqui agora. E me fez ficar um pouquinho mais longe do meu objetivo, que é me formar.

Tá, tá, eu posso até estar sendo meio drástica. Mas é assim mesmo. Cada vez que eu escolho fazer alguma coisa errada, isto me serve de argumento da próxima vez que eu tiver uma escolha similar a fazer, e eu continuo escolhendo fazer o errado ao certo, porque fazer o certo quase sempre dá muito trabalho. É como uma bola de neve, cada vez aumenta mais e mais e mais e mais, até que um dia você está soterrado.
E não é só em relação aos estudos que eu me refiro; é em relação a tudo. Eu tenho uma tendencia muito grande de fazer isso... Eu escolho quase sempre deixar para amanhã aproveitar o tempo que eu tenho no ônibus para ler algumas páginas de um livro; e assim os livros vão se acumulando. Ah, hoje eu acordei meio tarde para correr, amanhã eu vou sem falta. Dieta? Só na segunda feira. Putz, preciso estudar, mas vou fazer isso semana que vem, essa eu estou meio atarefada. Preciso planejar o meu orçamento, mas isso não é algo urgente; perto do fim do mês eu faço. Ah, to sem inspiração para postar algo decente agora, da próxima vez que eu entrar na net eu posto. E assim vai...

:(

E é por isso que eu estou hoje do jeito que eu estou. Aliás, eu não gosto do verbo ser, mas é ele que eu vou usar agora: é por isso que eu sou do jeito que eu sou. Porque eu sempre decido prorrogar a minha decisão. Porque me falta responsabilidade de encarar que as coisas só vão ser diferentes se eu agir diferente. Porque me falta responsabilidade. (Aliás, agora, depois de uma frase cheia de "porques", me lembro de outra decisão prorrogada: conhecer corretamente a nova e a velha gramática. :D)
E é aqui que eu encaixo a palavra que realmente falta na minha vida: disciplina. É exatamente disto que eu preciso, é isso o que me falta.

Disciplina.
Se eu fosse mais disciplinada eu provavelmente já teria mudado na minha vida coisas que realmente me incomodam. Como me sentir uma hipócrita quando eu me irrito com meu irmão por ver que ele não está se esforçando o suficiente para realizar os seus objetivos. Como me sentir uma inútil ao ver tanta coisa no mundo que eu realmente poderia modificar, mas que eu nunca dou o primeiro passo. Como me sentir uma fracassada ao ficar pensando em como seria a minha vida se eu fosse a pessoa que eu gostaria (e que eu tenho potencial) de ser, mas não sou.

Não vou finalizar meu post com mais uma promessa, que pode ser quebrada tão facilmento. Não quero mais fazer promessas. Eu vou tentar insirir disciplina na minha vida, e vou tentar fazer ela dar certo, mas eu não prometerei nada.
Esperemos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

De meritis, in perpetuum


Era uma vez uma menininha que cresceu e virou gente grande (tá, só de vez em quando).

Aí a menininha estudou e escolheu uma profissão pra trabalhar, como toda gente grande.

Acontece que a menininha escolheu fazer algo que ela gostava - e coincidentemente, o que ela escolheu tinha sido o sonho da mãe dela um dia.

A mãe dela ficou preocupada: "Menininha, menininha... você não quer isso só porque era o sonho da mamãe não?".

O pai dela ficou preocupado: "Menininha, menininha... você não quer isso só porque era o sonho da sua mãe não?"

Muita gente ficou preocupada: "Menininha, menininha... você não quer isso só porque era o sonho da sua mãe não?"

Mas a menininha (que sabiamente não demonstrava) era mais esperta que muita gente mais velha, não deu nem tchum pra esse povo todo e seguiu seu caminho. Ela sabia, no seu coração, que era o seu sonho que buscava. Que culpa tinha ela se sua mãe tinha sonhado um sonho parecido com o seu?

E a menininha seguiu seu caminho, e mostrou pras pessoas que ela sabia o que queria da vida.
E a vida continuava.

Um dia a menininha ligou pra mãe dela. "Adivinha o que tô fazendo?", ela disse, "a primeira compra pra minha geladeira!". A menininha tinha comprado uma geladeira nova pra sua casa nova na vida nova que ela tinha escolhido.

A mãe dela nem ficou preocupada: "Meninina, menininha... você tá realizando o sonho da sua mãe."

E a mãe dela ficou feliz: "Menininha, menininha... você nem sabe que o sonho da sua mãe é saber você realizada e feliz."

E a menininha continuou seguindo seu caminho: foi ser feliz, que esse era o sonho bom de viver.
P.S. Eu queria falar do meu orgulho, da minha alegria, da minha realização vendo minha filha crescer e caminhar como tem que ser, porque afinal assim é a vida, não é? Mas não consigo. Por mais palavras que use, por mais sentenças que profira, por mais que tente verbalizar não consigo expressar a complexidade e a simplicidade do sentimento que me invade cada vez que constato, embevecida, que vocês cresceram e são perfeitamente capazes de cuidar de si, de trilhar seu caminho, de seguir em frente.
Filhota, eu te amo. E tudo o mais que você já sabe.
Obrigada (por me permitir crescer com você). Obrigada (por tudo, enfim.).

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

'Habemus cama'

Era uma vez uma menininha que terminou a faculdade e foi morar com a mãe, lá por aquelas bandas da Bahia. Quando foi, vendeu todas as coisas que tinha - exceto a máquina de lavar, dessa ela não abre mão.
E, lá na tal da Bahia, a menina não tinha cama - dormia todos os dias com a mãe ou, quando o namorido da mãe ia para lá, num colchão no quarto dela.
Depois de um ano, a menina desistiu da vida baiana, e quis voltar para o sul. Um mês e meio na casa de uma amiga, depois encontrou um cafofo (nojeeeento) pra morar e, mais uma vez, não tinha cama. Aliás, não tinha nada ali. Porque ela ficou com medo do mofo e da água que invadiam a casa, e não quis por nada por lá.
Nessa semana a menina se mudou, mais uma vez. Um apartamento bonitinho, limpinho, fofinho. E, oba!!!, depois de um ano e meio, a cama veio!!! Linda, grandona, como ela queria!
Agora a menininha dorme feliz!

domingo, 30 de agosto de 2009

Post deprê...

Ontem eu estava no ônibus, indo para a Bienal. Estava bem distraída, na verdade, olhando pela janela - adoro divagar no busão. De repente minha atenção foi chamada por um prédio - enorme, lindo, redondo (adoro prédios redondos!), e caríssimo. Era demais! E, a medida que o ônibus foi avançando, eu percebi que estava entrando em uma região de Curitiba que é para poucos - quer dizer, proporcionalmente poucos, porque tinha muitos apês lindos por ali. E então meu pensamento foi passear por estes terrenos...
O mais engraçado é que, apesar de eu ficar divagando, eu fico prestando atenção nas paisagens, e a gente tinha acabado de passar por um bairro meio que, digamos assim, menos favorecido - e, então, o choque.
E isso me dixou numa deprê total... É, não é lá tão difícil me deixar deprimida, mas enfim. E eu acabei indo pensar nas pessoas...

É estranho, quando dizem que existem 6,6 bilhões de pessoas na Terra, o número impressiona, mas nem tanto quanto deveria... Talvez se colocar ele em números fica melhor: 6600000000 seres humanos.

Uma vez eu li uma matéria, postagem, sei lá o quê; um texto em que o autor falava que uma das coisas que ele gostava de fazer quando estava passeando pelo metrô era observar as pessoas e imaginar quem era aquele ser ali do lado: qual seu nome? onde morava? o que fazia da vida? quais eram seus sonhos, suas frustações? será que ele amava alguém? será que era feliz?...
Na época (eu tinha uns 13,14 anos) eu comecei a tentar imaginar isso também, porque me pareceu muito poético - e foi aí que eu descobri, também, que cada um tem a sua própria poesia, porque eu não consigo fazer isso... Eu sempre penso neste ato de fazer, mas não consigo fazer... Talvez porque eu ache que a maioria das pessoas que andam por aí parecem tão tristes, e eu não gosto de histórias tristes se elas são reais...

Mas ontem eu comecei a pensar mais ou menos nisto... Não exatamente na história de cada um, mas nos sonhos...

Ah! Eu tenho tantos sonhos... tantos planos... e eu sei que muitos, senão a maioria deles, serão em vão... MAS eu sou do tipo de pessoa que não fica triste por mim, mas sim pelos outros... eu fico vendo tanta gente que merecia tanto ser feliz, que merecia tanto conseguir realizar planos, que luta tanto... e que, no entanto, nunca chega lá. E isso é tão triste...

Acho que, se um dia fosse escrito a história de toda a humanidade, seria o romance mais triste que já existiu. Imagine, uma história com trilhões de personagens e todos com finais infelizes?

(na verdade, este post é só para desabafar a minha deprê...)

sábado, 29 de agosto de 2009

Emprestando as palavras de Mario Prata


Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não... Amor é um exagero... também não. Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação.

Esse negócio de amor, não sei explicar.

Mario Prata

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma canção de aniversário.


Mais um ano que se passa
Mais um ano sem você
Já não tenho a mesma idade
Envelheço na cidade
Essa vida é jogo rápido
Para mim ou pra você
Mais um ano que se passa
Eu não sei o que fazer
Juventude se abraça
Se une pra esquecer
Um feliz aniversário
Para mim ou pra você
Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Meus amigos, minha rua
As garotas da minha rua
Não sinto, não os tenho
Mais um ano sem você
As garotas desfilando
Os rapazes a beber
Já não tenho a mesma idade
Não pertenço a ninguém

Juventude se abraça
Se une pra esquecer
Um feliz aniversário
Para mim ou pra você

Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Feliz aniversário
Envelheço na cidade

Envelheço na Cidade
Ira
Composição: Edgard Scandurra

http://www.youtube.com/watch?v=Nm8CdzMDH-s

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Hmmm....


Assistindo "Os delírios de consumo de Becky Bloom".

...

Penso que talvez (só talvez) eu me pareça um pouquinho (só um pouquinho) com ela (às vezes).

...

Bem que o terapêuta alertou: a cirurgia bariátrica costuma causar efeitos colaterais: compulsão por álcool, por sexo, por compras... ai, ai. Dos males o menor - imagine uma bêbada transando por aí com todo mundo???

...

(Como é que eu faço pra ter um cartão de crédito com limite de U$16.000????)

sábado, 1 de agosto de 2009

Conversa de irmãos

9 horas da manhã de um sábado. Matheus chegou há cerca de 3 horas para me visitar. Estamos no jornal. Eu, trabalhando (ou não!), ele, jogando alguma coisa no outro computador. E conversando.
- ...eu e o Paulo vamos, de vez em quando, jogar sinuca. Na verdade, não é bem um lugar de jogar sinuca. Mas é um bar que tem um monte de mesas de sinuca e o povo vai lá pra jogar sinuca, sabe?!
- Ah... achei que o pessoal usava as mesas como motel...
(Olhar fulminante-matador na minha direção.)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O tempo passa, o tempo voa

Cena 1
- Filhinhos, a mamãe e o Júlio estão gostando um do outro, estamos pensando em namorar. Que vocês acham?
O mais novo e influenciável, então, responde:
- Massa, mãe! Ele tem celular com jogo da cobrinha e torce pro São Paulo! (avaliação deveras pertinente...)
A do meio e mais centrada, que estava lendo, diz:
- Mãe, a vida é sua. O que você achar melhor está bom.
A mãe, aliviada, espera a opinião da mais velha e, portanto (?!), a mais apta a entender a mãe. A menina, que estava lendo, lendo continuou:
- Ai, mãe, acho tão feio adolescente que fuma...
Pelo menos era uma menina responsável! Toda moeda tem dois lados...

...

Cena 2
Amigas de adolescência se encontram. Uma fora embora da cidadezinha em que viviam e volta, depois de dois anos, para visitá-la. A amiga da cidadezinha está namorando. Ela tem a sua idade e o namorado é 4 anos mais novo. E, ainda por cima, era seu vizinho quando ela vivia ali.
- Ou, você brincava com o meu irmãozinho, não brincava?
- Ai, amiga, não fala isso que você me quebra...

...

É, tem gente que não tem noção das coisas mesmo...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A culpa é de quem?

Segundo latão de skol, sozinha, ao som de Legião. "...acho que o imperfeito não participa do passado..."
Dia brabo de doer, na costa do camarão. Pensando na vida. Na morte. Nos dias, que se sucedem sempre tão iguais e tão diferentes.
Começam os acordes de Faroeste Caboclo, e meus olhos se enchem de lágrimas como o coração transborda de saudade - essa música traz um tempo de felicidade e plenitude. Sem grana, mas com tanta alegria e todos juntos. O dia a dia juntos. Coisas pequenas que fazem a vida valer a pena - o beijo de bom dia, o abraço sem motivo, o sorriso cúmplice, o fim do dia em família.
Acho que estou meio down hoje. Acho que talvez seja assim pra sempre.

domingo, 21 de junho de 2009

Tarde de domingo...

... e depois de voltar da AABB (dia de sol no nordeste) acordo de um cochilo gratificante com vontade de ir pra cozinha - coisa, aliás, rara nos últimos tempos. Bolo de aipim com coco e goiabada, de comer lambendo os dedos de tão bom, e pão de queijo - aquele pão de queijo goiano gostoso, com queijo curado que não se acha aqui e que mamãe mandou em dezembro (amo a tecnologia!), receita de minha avó, e o cheiro se espalha pela casa... e Ramon vem toda hora da sala perguntando quando é que fica pronto que o cheiro tá muito bom... e descubro que a vontade de cozinhar, hoje, é nada mais nada menos que... saudade de casa. De minha casa como já foi um dia, com meus filhos pequenos correndo por todo lado, gritando, espalhando brinquedos, fazendo bagunça e querendo lanche toda hora, me ajudando na cozinha, aprendendo os segredos do fogão, despertando em mim a vontade de preparar a cada dia pratos novos e gostosos, sem deixar de lado, claro, a Nega Maluca preferida ou o Pãozinho de Araguaia, escolha certeira sempre.
Acho que começo a pensar em netos...
:)

terça-feira, 16 de junho de 2009

"Tem dias que a gente se sente..."

"... como quem partiu ou morreu..."









Hoje é um dia assim...
Chove, mas ninguém se molha. Só fingimento. Só enganação. Só saudade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Ratos em Nova Iorque"

Quem merece? acho que usar meu tempo escrevendo pra vocês é muito mais útil - e proveitoso. Vocês, sim. Esta é uma carta pra contar das novidades e ai, ai... não sei se vou conseguir repetir as mesmas coisas, três vezes seguidas! Então, uma carta única e 'voilá'! Cópia, cópia...
Bom... saudade imensa, já. (Novidade!!! Parece que saudade é algo que não vai mais deixar de existir na minha vida...) Não parece que nos vimos há pouco... foi tão pouco o tempo em que estivemos juntos!!! (Como sempre!!!!) Mas foi bom, não foi? (Como sempre!!!!) Então, não vou reclamar - afinal, se tudo der certo, logo estaremos juntos novamente - ou ao menos, mais amiúde.
As coisas, por aqui, sofreram mudança radical... lembram que contei que Marcos foi transferido?Pois é. O novo gerente chegou no primeiro dia de minhas férias, e mudou um monte de coisas. O atendimento do primeiro andar mudou pra o térreo - e ficamos só nós, os caixas, no primeiro. E Mala, claro.
Claudinha também foi transferida, pra Aratu (já não está mais lá faz tempo!!!), a mesma agência de Mile e Sandrinha. Vem pro lugar dela um menino de 25 anos, Vicente. (É, o Vi!!!!) Chega segunda feira. E o substituto de Mala agora é Moura, não Mamily. O que quer dizer que mamãe agora faz só seis horas: entra 09:50 e sai 16:15. (durou pouco essa história, infelizmente!!!! rsssss) Isso é bom né???? Voltei a caminhar pela praia de manhãzinha (manhãzinha mesmo, 05:30!!!) e quando saio pro banco a casa já está limpinha... o ruim é pela tarde, volto cedo pra casa vazia. Mas tudo bem, faz parte. Um dia tenho que me acostumar, não é???
Encomendei uma tela pra começar a pintar (saiu a mandala de Cloé!), comecei a fazer crochê (não durou nada!), vou fazer uma aula experimental de yoga (nasceu uma paixão pra vida toda!!!)... tô buscando aprender a viver sozinha - e sei que não vai ser difícil (espero!!!).
Contei pra vocês que estou concorrendo à vagas por todo Paraná e Goiânia???? Pois é. Pode ser que demore até uns dois anos, mas devo voltar em breve (rsss... lendo agora é engraçado!). Tô concorrendo pra Goiânia também por causa da vó e do vô, estou bastante preocupada com eles, principalmente com o vô, a diabetes está afetando sua visão e rins, acho necessário estar próxima a eles. De qualquer lugar do Paraná ou de Goiânia fica mais fácil chegar a eles em caso de urgência. E no Paraná não preciso dizer, né? Podemos passar o fim de semana juntos sempre que quisermos. Pois é. Agora, é esperar.
Caraca, ratos na piscina, argh!!!! Odeio ratos!!!! Se bem que se fosse pra ter um exterminador desse... hmmmm... eu até pensaria em ter ratos em casa... risos.... (imagino quem era o ator... rssss).
O que mais posso falar? Sem muitas novidades por aqui. Cloé está bem, Lucinha também, todos mandam beijos.
E vocês??? Me contem de vocês. Paulinha, amei seu diário de bordo (?), ri muito!!! E hoje recebi uma mensagem no celular que me encheu de orgulho, Luciane elogiando muito você. (ai, ai, ai... depois não querem que eu seja mãe coruja...).
Maya, a mãe de Carol (que mico! pensei que era a mãe da Laura!) mandou beijo pra você. Eu, claro, me babei toda elogiando você na federal. Ela, coitada, tá se matando pra pagar a facul da filha.
E Math, tô pensando seriamente em fazer alguma arte marcial se não gostar da ioga... o que você acha???? (agora morro de rir!!!!)
Me falem de vocês, vai. Como é que estão, as novidades na faculdade, na escola, no trabalho, no estágio, no inglês... e como estão os planos pro fim do ano???? Vão passar o natal com seu pai e o ano novo comigo???? (Eita dúvida eterna!!! rssss) Ou não??? Quando vocês vem????
Math, e como estão os preparativos para a formatura???? Não esqueça que, mesmo sem ir, quero convite, fotos, e fotos, e fotos...
Me dê notícias da vó Lena, do vô Paulo, seu pai, como estão???? Bem???? Dê beijo neles que mando.
Vou esperar notícias.
Não esqueçam nunca: amo vocês. Tanto que nem sei.
Se cuidem, juízo.
Beijabraços grandenormes,
me, Mamily.

Vera Cruz, 12/09/05.
(Assistindo 'Ratos em Nova Iorque'!)

....
Na arrumação, inúmeros rascunhos. Muitas cartas não enviadas, esta uma delas. Porque resolvi transcrever aqui? Falta de inspiração, talvez, pra atualizar enfim...
os comentários em vermelho são atuais.
E hoje, 03/06/2009, repito: Amo vocês. Tanto que nem sei. Sempre e todo dia.
Me, Mamily.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ê, Bahia... Bahia que não me sai do pensamento...

É, acho que voltei à fase de textos saudosos da Bahia. Não adianta, é impossível não amar essa terra. Boa demaaaais, demais.
Hoje, vindo para o trabalho, me pego cantando "olá,/ que bom você chegou/ bem vindo a Salvador/ coração do Brasil..." e não que me mareja os olhos?
Também, pudera... tanta coisa linda, tanta gente que amo lá. Mas não me arrependo de ter vindo embora, e acho que isso é o melhor.
Sabe como é, já que não tenho filhos... Bahia, melhor não conhecê-la. Mas se não conhecê-la, como sabê-la?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nova vida nova...

A Bahia ficou para trás. Com ela, minha mãe, um grande amor e amigos para lá de especiais. E isso, confesso, me fez perceber o quanto a Bahia era boa e eu reclamava mais do que devia. Não à toa, eu sei. Mas mais que o necessário.
Estou há quase uma semana em Campo Mourão, norte do Paraná. Bom, se descontar o final de semana que passei em Foz, são só quatro dias. Enfim...
Escrevo, hoje, só para constar que, apesar da 'saudade matadeira', esse me parece um bom começo. Para uma vida nova. Uma vida que, quiçá, eu possa engrenar minha carreira profissional. E deixar de ser a Lara Croft do meu pai. E da minha mãe, também.
E, melhor ainda, é poder contar com o carinho, a amizade e a receptividade de uma pessoa linda, que eu amo muito e cada vez mais ter conhecido. E das amigas lindas dela, também!
Agora, preciso torcer. E rezar. E construir o meu caminho, aquele que preciso trilhar sozinha, que ninguém poderá fazê-lo por mim.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sobre se divertir em família

Estava eu, bem bonita e formosa, numa noite de alguns meses atrás, sozinha (o Matheus estava na casa do Paulo), no apê semi-vazio (Paula, quero uma cola das novas regras ortográficas também!), numa deprê total... Bem dessas que vem sem explicação, como quando "aparece um ajo triste perto de mim"...
Não tinha nada para fazer, aliás, estava sem ânimo de fazer nada, então começo a fuçar no meu celular... Vou rever tudo: mensagens, fotos, vídeos...
Mas, o quê é isso? Tem uns três vídeos a mais aqui, não lembro de ter gravado tantos assim...
...
Olha só que legal: era um vídeo que eu nem sabia que estava ali, que o Matheus gravou, nas férias, na casa da mãe, quando a gente estava jogando imagem e ação! Na realidade eram três vídeos, que me animaram um pouco naquela noite vazia... Como eu amo a tecnologia!
;)

Enfim...
Eu fiquei, então, pensando... Cara, quantas famílias existem no mundo que se divertem juntas? Isso é muito raro... E é por isso que eu valorizo tanto a minha.
Porque a gente tem uma conexão tão boa, que a gente pode ficar horas e horas falando besteira e rindo, ou jogando stop, imagem e ação, truco, dominó, canastra, pôquer, qualquer coisa: tudo vai ser sempre divertido, não porque o jogo em si é divertido, mas porque a gente gosta de estar junto... Nós nos garantimos... (aliás, para mim sempre é mais divertido, porque eu sempre ganho, mesmo... hehehe)

E, sinceramente, isto é muito bom.
:D

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Percebo, enfim...


Ontem o meu priminho lindo de 4 anos fez aniversário. Mas não, ele não fez 5 anos. Ele fez 8.

.

(O tempo realmente voa!)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Pois é!



Depois da surpresa do aniversário, o reggae parece que foi bom, porque quem disse que conseguimos acordar Maya no domingo pela manhã para ir à feirinha do Largo??? Sem chance!




Matheus foi cedo pra o simulado, eu e Paula fomos ao Largo, onde ele nos encontrou... e logo depois, já mais de meio dia, Maya liga - estava sem chave, já que eu e Paulinha tínhamos saido com a sua... e Math voltou pra buscá-la. Quando chegaram à Feirinha, Wan já tinha ligado: estavam esperando por nós no Café da Boca - e Maya não sabia de nada. Caramba, foi muitomuitomuito legal: usando todos os meus dons dramáticos, busquei uma dor de estômago fictícia que me obrigava a ir em casa buscar o remédio, e pra não ir sozinha, todos foram comigo... chegando ao calçadão, disse à Maya que tinha que ir na farmácia, pois não sabia mais se tinha o remédio em casa ou não, e fomos à frente até em frente ao Mc... e estavam todos reunidos em círculo fechado, e abraçada à ela eu disse: 'filha, esse é um aniversário pra ficar na sua memória... prometo que você nunca vai esquecer..." e então eles abriram o círculo, e foi fantástico ver a expressão de surpresa no rosto dela... e depois a expressão de surpresa no rosto do pessoal que não sabia que a Paula estaria lá... ah, foi tudotudotudo de bom.



Família é tudo de bom. :)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Feliz aniversario... !!!


Meu voo chega dez e pouco, e tudo é saudade e reconhecimento dentro de mim... o caminho do micro ônibus (socorro! Kd a cola das novas regras???) é de euforia, de encanto e reencontros com lugares conhecidos, paisagens caras ao meu coração... e antes do meio dia estou abraçando Maya e conhecendo Andreia, que vem ao meu encontro com lindas gérberas vermelhas (Maya, cuida direitim delas pra mim!).
Pequena caminhada da Rua 24 horas até o apartamento (senhor apartamento!) dos meninos na Voluntários (eita, que quando eu era universitária não morava bem assim não, viu?), e encontro o presente (lindolindolindo!!!!) que Math fez pra mim - e que me emociona profundamente, e logo encontro também o abraço de meu filho que chega do cursinho, e saímos caminhando pela XV para almoçar em algum lugar, e meu coração se enche de alegria, de algo que não sei nominar, ao caminhar pelo calçadão e ver os quadros expostos ali, música acolá, vida fervilhando no Café da Boca, os sombras um pouco mais adiante, sábado de sol em Curitiba, respiro fundo pra sentir este ar este ar este ar que tanta falta me faz.
Almoço no Risi Bisi da João Negrão, passear por lojas comprar moletons pra meus amores, voltar pra casa, vontade de dormir domada, arrumar um pouco a bagunça, afinal amanhã ela será ainda maior... Maya cochila um pouco, e logo também me entrego ao sono... acordo com ela querendo saber se vou sair com ela e a 'galera' pra beber todas e comemorar seu aniversário... 'não, filha, não vou, estou muito cansada'... e ela sai, não sem antes se certificar que não ficarei chateada... e vai pro Largo, um barzinho que não sei qual...
Quase meia noite Paula chega.
'Maya, onde você tá? Eu e a mãe vamos encontra-la pra comemorar seu aniversário...'
E partimos os três para o Largo... entramos primeiro eu e Math, que abraça Maya desejando feliz aniversário, e quando ela se solta do abraço vê Paula e só sabe dizer 'como assim? como assim? como assim?'
Acho que foi uma boa surpresa. Acho que ela ficou feliz.
E nem desconfia que amanhã tem mais.

:)

Como assim??? Como assim???


23 de abril, retorno de Curitiba, Valença (suspiro), enfim...

Hora do almoço, venho começar a postar sobre TUDOTUDOTUDODEBOM que foi o fim de semana que só terminou ontem... :) e tem o post da Paula, com o comentário da amiga dela, cheio de dó da pobrezinha abandonada nesta terra de meu Deus onde até sem se plantar, coentro dá...

+++++

'Eu odeio vocês!' (saída dramática pisando forte em frente, já que pela direita havia a parede e à esquerda, a lavanderia)
'Viria todo mundo pra cá, agora não vem mais ninguém, e eu vou ficar sozinha, e...'
'Filha?'
'Não, tudo bem, eu fico aqui sozinha mesmo e...'
'Vamos entrar na net e ver se encontramos alguma promoção???'
'Não tem internet, mãe, pra variar tá fora!'
Enquanto almoçamos, ligo o pc e espero a lenta conexão de Valença dar sinal de vida... e yeap! Não é que funciona? Conectadas ao mundo.
'A Gol não tem, filha... oitentos e pouco só ida'
'Eu sabia, eu sabia, ...'
'A Azul tambem não... mais de mil reais...'
'Deixa, mãe, deixa, eu fico bem aqui sozinha...' (cara de tudo bem, você vai carregar este peso na consciência pro resto da vida, eu fico, mas a chantagem permanece... rssssss... e isso que, quando comprei minhas passagens, dois meses atrás, perguntei se não queria comprar também...)
'Vamos ver a Tam, tenho pontos fidelidade e...'
'Não vai ter, mãe, em cima da hora assim... pode deixar, sério mesmo, fico bem aqui, e o Gledison vem...'
+++++
E não é que tinha??????

domingo, 19 de abril de 2009

Que que é isso, meu? Que que é isso, meu?

Domingo, 12 de abril
Mãe e tio Wan conversam ao telefone.
- Ô, negão, vem para cá no feriado de 1° de maio.
- É, vou sim. Acho que dá para ir sim.

Quarta-feira, 15 de abril
Tio Wan comigo, no skype.
-Paulinha, tua mãe tá aí? Não vou poder ir não. Deu uns pepinos em Itapeva, vou lá na casa do tio Sandro.
- Aaaaah, tio...
(Mãe chega.)
- Maninho, você não vem?
- Não. Vou nesse final de semana para Itapeva... de lá para Curitiba são só três horas de viagem...

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Pausa explicativa.
Mayinha e Matheus moram em Curitiba. Hoje, domingo, 19 de abril, é aniversário dela. A mãe conseguiu folga para visitá-la. Ou seja, quase todo mundo ia para a Bahia e, de repente, todo mundo - exceto a Tati - ia para Curitiba. Exceto a Tati e eu, que ia ficar na terrível Valença.
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- Sério, maninho?! Então vamos para Curitiba!!!
- Preciso falar com o Sandro, mas tô querendo ir.
E eu, na minha tristeza. "Eu não gosto de vocês!".

Sexta, 17 de abril
A mãe chegou em casa para almoçar e ir para a rodoviária às 13h. "Ô minha autarquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia..." - a música do celular dela toca. Tio Wan na linha.
- Maninha, t^em Luiziânia ainda. Tô indo para Goiânia. Tô pensando em chamar a mamãe...
- A mamãe?! Vai ser óóóóótimo (sim, um ótimo bem enfatizado sobre a minha tristeza)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vida de instrutor não é mole, não...

Um ano após o início das aulas teóricas, finalmente dei início à prática. Comecei, esta semana, a pilotar motos...
Acho que não fui muito mal. Não caí, não atropelei ninguém nem destruí nada. E, hoje, na terceira aula, já comecei a acelerar (que progresso!!!). Bom demais.
Entretanto, é preciso que eu comente algo que aconteceu na minha segunda aula.
Estávamos apenas eu e outra aluna. Uma aula bem tranquila. Eu ainda estava naquela "acha o neutro, segura a embrenhagem, engata a primeira e solta a embrenhagem devagar, até a moto começar a andar". Tranquilo. A garota estava aprendendo a acelerar. Só o meu instrutor e o dela. Começou a chover, nossa aula deu uma paradinha. Nisso chegou a próxima aluna do outro instrutor. Primeira aula, acredito.
E nós três, só. Eu e a garota que estava aprendendo a andar acelerando rodeando os cones, e a outra lá, com o instrutor. Ele foi segurando a moto e ela deu uma voltinha. No final da voltinha dela...
Eu estava bem atrás. E ela, na hora da curva... acelerou! Com tudo. A parede estava há uns 10 passos dela. O pobre do instrutor juntou todas as forças que tinha para segurar a moto. E a moto corria mais que ele e a menina, no desespero, acelerava mais. Acreditem, ele conseguiu parar a moto. Olhou para a moça com os olhos mais arregalados do mundo e a voz mais fina que encontrou e disse: "Desce um pouquinho, tá?". Então entrou na auto escola. Acredito que foi tomar uma água com açúcar, coitado.
Eu já tinha freiado há horas, assustada. Meu coração na mão, certa de que haveria um acidente. Quando olho para o lado o Bruno, meu instrutor, solta um 'ufa' aliviado. Olhou para mim e começou a rir. Começamos, aliás, a rir. Porque, mesmo com o susto, essa foi uma das cenas mais hilárias que já presenciei. O pobre do instrutor com a mão atrás da coxa, olhando para a garota. "Desce um pouquinho, tá?".

segunda-feira, 30 de março de 2009

Grande angular

Horário de almoço da minha mãe. Passeamos eu e ela pelo calçadão quando nos deparamos com várias lojas com a palavra mágica estampada: LIQUIDAÇÃO. Procuramos por sapatos.
Ao provar um, alguém se aproxima.
- Senhora, será que a senhora poderia...
- Não temos dinheiro - em uníssono.
- Mas não é dinheiro que eu queria não...
Choque. Para quem não conhece a Bahia, talvez não entenda o porquê do choque. Mas aqui, mais que em qualquer outro lugar que eu conheça, pedir é quase profissão. Pede-se tudo a todos em todos os lugares.
Com essa resposta, olhei para aquele que ainda estava parado ao nosso lado. Um garoto, devia ter uns 10 anos, acredito. Cabelo ralo, sem camisa, bermuda verde surrada e chinelos. Nas mãos, um cartão de mercado com um número - 47 -, que ele segurava pela cordinha.
- E o que você quer? - perguntei, olhando atentamente o medo que se encontrava naqueles olhos.
- Eu queria saber se vocês não podem 'interar' um tênis daqueles para mim, para ir para a escola... não precisa pagar todo, eu procuro outra pessoa que pague metade... daí vocês pagam 12 reais... se vocês puderem...
- Ah, tudo bem... então, se você encontrar alguém que pague a metade, eu 'intero'. Pode ser?
Os olhos, com a boca, se abriram num sorriso tímido.
- Pode! Obrigado.
Eu e minha mãe continuamos olhando os sapatos. O pequeno falou com várias pessoas. Nada. Minha mãe, então, me disse que daria a metade faltando. Fui chamá-lo. Ele já estava no calçadão, procurando alguém que pudesse dividir o valor comigo.
- Ei, garoto... - ele parou. Continuei - em que série você está?
- Quarta...
- Não vai faltar às aulas, heim?
- Não vou não. Eu gosto de estudar.
- Aé? Tem que estudar mesmo. Vamos lá pegar o seu tênis... E o que você quer ser?
- Promotor.
- Vixi! Então vai ter que estudar muito mesmo! E que cartão é esse que você está segurando?
- É do mercado... deixei o açúcar e a bolacha lá...
Procuramos o tal tênis, mas não tinha do tamanho dele. Saiu, cabisbaixo, sem me pedir outro mais caro. Meu coração deu um nó. Aperto total.
Deixamos o episódio de lado e saímos da loja. Não havia nada que realmente nos agradasse ali. Fomos numa loja adiante. Achamos alguns que gostamos e decidimos levar. Quando estava esperando as moças conferirem, no pacote, vi novamente o garoto. E, mais uma vez, os seus olhos.
- Oi de novo! Heim, eu tenho que ir para casa, mas preciso ir mais tarde ao mercado. Quanto era o outro tênis?
- R$45...
- Está o mesmo preço do all star. Você prefere um all star?
- Desculpe, senhora, não sei o que é isso...
-Então posso te encontrar as 15h10 na frente do mercado? Daí a gente decide qual tênis você prefere...
Aquele sorriso tímido mais uma vez.
- Tá!

...

Na hora marcada, ele estava lá.
- E aí, decidiu qual você prefere?
- O que a senhora quiser me dar, para mim está bom...
- Olha, os dois são o mesmo preço, não são? Então você escolhe o que gostar mais, que tal?
- ...
- Então vamos lá na loja, daí você decide.
- Senhora... e se, ao invés do tênis, a senhora me der uma calça? É R$40...
- Você prefere?
- Se a senhora não achar ruim...
- Então tá.
- Se eu lhe contar uma coisa, a senhora promete não contar a ninguém? Às vezes eu até conto isso, porque as pessoas me ajudam, mas é que eu não gosto...
- Pode falar!
- Eu moro com a minha tia. É que a minha mãe fuma, sabe? Eu tinha uma calça, mas ela vendeu para comprar mais... Daí eu não gostei disso não, por isso fui morar com minha tia. Lá na casa de minha tia ela não pega nada meu, não. E eu só tenho esse shorts para ir ao colégio, e os meninos ficam me chamando de 'matchela', dizendo que eu sou do sítio... Eu não gosto disso, não...

...

Saiu faceiro com a calça nova. É triste dizer isso, mas chegamos num ponto que até as crianças são cruéis. E como são. Plagiando Renato Russo, a culpa é de quem?
Como prometi não contar a ninguém sua história e quebro a promessa aqui, não conto o nome do santo. O nome daquele garoto é segredo meu, para sempre.

domingo, 29 de março de 2009

Teatro


Essa semana foi quase mágica. Havia muito tempo que eu não assistia nem participava de eventos culturais. Fui espectadora, apenas. Mas me encheu a alma.
Cursei, sim, jornalismo. Paixão terceira, confesso. Acima dela, fotografia. E a maior de todas, o teatro.
O palco, as cenas, as luzes, a entonação, o figurino, a maquiagem, a música, a dança, tudo... e a possibilidade de ser tantas pessoas diferentes... é fascinante.
Me arrepia, me encanta, me emociona. E me faz sentir saudades.
Hoje, porém, o espetáculo me disse: vá em frente. Não é fácil, é muita luta, mas é possível.
Quero agradecer ao diretor da peça, produzida aqui mesmo na região, em Cairu. Não me lembro o seu nome. Mas a re-leitura de Medéia que produziu é simplesmente fantástica. Linda, poética, apaixonante.
Fez renascer, em mim, um 'eu' minguado, moribundo, que já tinha desistido do sonho, até. E a isso eu nunca vou ter como agradecer o suficiente. Então, meus sinceros agradecimentos.
...
ps. A foto é de uma cena de Medéia, também, mas não da peça de hoje. Foi da que assisti na sexta, tão apaixonante quanto. Na de hoje, fotografia não era permitida. Mesmo assim, uma cantora local tirou várias... mas eu costumo seguir as regras...

quarta-feira, 25 de março de 2009

E por falar em...


- Não gosto de vir ao MegaChic. Me lembra o Celso e o Jean, dá uma saudade!

- Não, mãe, você não tem saudade dos dois. Assim como eles não tem saudade da gente - eles estão em São Paulo, e você, mãe, não fica em casa sozinha o dia todo... quem sabe de saudade sou eu!

...

Este pequeno diálogo aconteceu uns trinta minutos antes.

Agora, sentada na mesa do corredor, próxima ao buffet, de frente para a ponte do Rio Una, olhando o movimento nesta noite de quarta feira (dia de vermelho), penso em como vou contar para o Celso (mais uma vez), amanhã, via SISBB, da falta que eles fazem na nossa vida.

- Não é vir no MegaChic que dá saudade deles, mãe. É vir à noite no MegaChic.

Até me assusto e penso que, agora, Paulinha começou a ler meus pensamentos. Ou será que falei em voz alta? Não. Na verdade, a saudade que nos une faz com que a sintonia aumente e ela verbalize o meu sentimento.

...

Pois é. Saudade é uma coisa que não tem explicação. Assim como amizade. As pessoas aparecem do nada, entram na vida da gente, marcam território e assim, sem mais, partem. Deviam partir levando tudo o que tem direito, mas não: teimam em deixar a saudade.

...

Ainda bem que só dá saudade do que é bom, de gente que vale a pena, de coisas que fazem diferença pro bem.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sem comentários..


12 de setembro, 2006.

Happy hour no Celson Bar com Gisele, falando da vida, tomando uma cerveja gelada, curtindo a noite gostosa, numa mesa na calçada. Toca o celular, olho e vejo que é Paulinha. Desligo (claro, é a cobrar) e ligo de volta.
- Oieeeeeeeeeee, Mãe!
- Oi, filha! Tudo bem?
- Mãe? Me diz uma coisa... como é que a senhora contou pra Vó Inha e pro Vô que estava grávida???
Silêncio.
- Mãe???? Mãe????
- Filha, o que você tá me dizendo...??? (palavras entrecortadas de pranto)
- Mãe??!!!! Calma!!! Não aconteceu nada comigo.
- Sua FDP, como é que você faz isso comigo? Vou te matar!
- A Graci tá grávida.
- Putz!!!!!!!! Como é que ela faz uma merda dessa com a vida dela???
- Mãe? A merda da sua vida vai desligar, e depois a gente conversa, tá?

...

Terça-feira, 17 de março, 2009.

Recado no MSN da Lu, contando que é avó da Sofia, uma linda menina loirinha de olhos azuis, e o quanto está feliz com isto. Respondo dando os parabéns a ela e à Cíntia, e contando que deu uma invejinha boa... não vejo a hora de ser avó também e poder estragar os meus netos!!!

...

Quarta-feira, 18 de março, 2009.

Chego em casa, um cheiro delicioso de sopa no ar (entre outras coisas, esta é uma das boas de morar com uma filha que cozinha bem...). Na cozinha, Paula me olha com uma cara de quem aprontou alguma e está escondendo algo.
- O que aconteceu?
Ela olha com o olhar meio contido, abaixa os olhos, não diz nada.
- É melhor eu me sentar?
- É, mãe. Senta.
O banquinho ao lado da mesa me acolhe, e fico calada olhando e esperando.
- A Maya tá grávida.
Não sei dizer minha reação, mas acho que meu rosto expressou muita coisa...
- Mãe, todo mundo já sabe que ela tá grávida.
Olhos marejados, não sei o que dizer, fico olhando (tenho certeza) com cara de boba.
- Mãe, o Brasil todo sabe que a Maya tá grávida. Só você não sabia.
A ficha ainda não caiu.
- Mãe, a Maya é a Juliana Paes.
(Eu sou a Maya. A Juliana Paes é a Maya. Logo, eu sou a Juliana Paes.)
Então, ainda não vou ser avó.
- FDP, eu vou te matar! Como é que você faz isso comigo?
E saio correndo pra dar uns cascudos nela, que se acaba de rir de mim e da minha cara.
- Mãe, o dia em que eu estiver grávida vou contar pra senhora por telefone. Não quero ver essa sua cara de novo.

...

Explico:
1. Desde os oito anos de idade eu já sabia o que queria da vida: ser jornalista, e ser mãe. E trazia dentro de mim a certeza de que meu primeiro filho seria filha (como foi - o que, inclusive, me fez ganhar um engradado de cerveja!). E chegou um momento em que, grávida sem planejar, tive que optar - e optei pelo mais importante. Mas um dia volto aos bancos da faculdade. :)
2. Ser mãe é, pra mim, tudo o de melhor e mais gostoso que pode haver - apesar de todo e qualquer pesar. E a cumplicidade que tenho com meus filhos faz isso ser melhor ainda, sempre. Em momento algum, se tivesse que voltar atrás e escolher, faria outra escolha a não ser 'mãe'. Mas sonho para os meus filhos uma gravidez planejada, num momento em que tenham estrutura para criar adequadamente seu bebê - sei o quanto dói querer dar o melhor ao seu filho e não poder.
3. E agora, neste momento, Maya é caloura de Engenharia. Paula está desempregada. Matheus só tem dezessete anos. Então, nããããããããão quero ser avó agora - e quando acontecer, seja a qualquer tempo (quem vai saber qual é o tempo certo???), tenho certeza de que serei uma avó porreta! Um tanto maluca, talvez, mas amorosa, amiga, cúmplice.
4. E sei, desde sempre, que apesar de minha cara de espanto (?), surpresa (?), susto (?), sei lá o que, serei muito feliz em saber que um netinho está a caminho... e mais feliz ainda ao poder pegá-lo no colo e encher de mimos! (E não adianta, Maya. Você não vai conseguir mantê-lo longe de mim até os sete anos...)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Happy Hour


São interessantes essas conversas de final de dia, geralmente em bar. É incrível como, de uma forma ou de outra, nos acrescenta algo. Muito, às vezes. Hoje foi assim. E com alguém que jamais imaginei.
É tarde da noite quando minha mãe sai do trabalho. Eu, só para variar, estou esperando para jantar. Porque, também para variar, não fiz(emos) compras. Ela não é a única a sair a esta hora: mais três colegas estavam lá. O chefe dela entre eles. Pessoa costumeiramente sisuda, posso contar nos dedos das mãos as vezes em que falou comigo.
Mas hoje é diferente. "Cliente até essa hora? Faz tempo que você está esperando para ser atendida?", pergunta, bem-humorado. Saímos para um hotel-bar-restaurante. Durante o tempo em que estivemos ali, posso afirmar que aprendi muita coisa.
Aprendi o quanto manter a calma em situações de risco pode ser importante. O quanto o dinheiro não vale nada quando uma vida está em jogo. Que nem todo o ouro do mundo, nem a empresa mais responsável que existe valem o sacrifício dos que você ama. Mas, principalmente, aprendi a admirar alguém que, antes, eu não via nada.

(E como o olhar dele fica lindo quando fala da família!)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pensando bem...


...não temos escrito aqui, nem eu, nem vocês duas.

Não temos dado continuidade aos nossos 'inícios'. Vícios de começar e não terminar? Falta de tempo, de sentido, de motivação, de desejo, de tesão?

Tenho vontade de postar, e acabo me enrolando e nem escrevendo nada, e nem... produzindo nada.

Hoje, sem inspiração, sem intuição, sem tesão - mas muita saudade.

Muita saudade.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Não há, ó gente, ó não...


Eu realmente pedi à mãe que me deixasse escrever ontem. Mas não pude. Não tive como. Tudo que eu começava não ia pra frente. É engraçado isso. Porque, na verdade, não preciso de um dia para me lembrar dele.
Desde que ele se foi não tem um único dia que não tenha pensado nele. Lembrado das unhas, amarelas de nicotina. Comparado às minhas unhas que, mesmo sem a ação da nicotina, se assemelham às dele, pelas habituais marcas.
Desde que ele se foi, tenho percebido o quanto minha mãe tem ficado mais parecida com ele a cada dia. Ontem mesmo notei o quanto suas pernas são parecidas, com o joelho fechando um quadrado. Nada sobrando, nenhuma curva.
Desde que ele se foi, me pego rindo das suas filosofias. A que mais me vem à memória é a de que é o clima que faz a pessoa. Calma, eu explico. É simples. Se um casal de alemães, por exemplo, for morar no Japão e tiverem um filho por lá, o filho vai ser japonês. Não só de nacionalidade, ele tentava nos convencer que vai, inclusive, ter características orientais.
Desde que ele se foi, os únicos sonhos de que me lembro quando acordo são os em que ele se faz presente.
Desde que ele se foi, lembro dele a cada discussão. Ele gostava de me provocar, só pra me ver brava. Quando eu não levava em consideração, ele perguntava: "Uai, benzinho, que que a Paulinha tem hoje?". Ou, quando a tentativa dava certo, radiante, ele exclamava: "Gosto tanto de ver a Paulinha brava!"
Desde que ele se foi, os meus cabelos insistem em me lembrarem dele, esbranquiçando. Acho que puxei isso dele, cabelos brancos antes dos 30. Na verdade já tinha desde os 16, mas agora eles resolveram tomar conta da minha cabeça. Ou então ficando cada vez mais rebeldes. Ele amava me provocar, dizendo que eu tinha uma "cachopa" de abelhas no lugar do cabelo.
Desde que ele se foi, gosto de contar dele para os outros. De como ele gostava de viver e era teimoso, só mudando os hábitos quando o médico sentenciava: ou isso, ou a morte. Foi assim com a bebida, foi assim com o cigarro. Mesmo assim, era tarde.
Desde que ele se foi, descobri em mim mesma um amor que não admitia. Música sertaneja, de raiz, especialmente se tocada numa viola. Bom demais. Aliás, desde que ele se foi, essas músicas sempre marejam os meus olhos.
Desde que ele se foi, me pego, volta e meia, cantando "Caiarolina, Caiarolina, Caiarolina de Jesus" como ele saía pela casa. Ou, às vezes, fica na minha cabeça as paródias que ele sempre entoava: "Minha filha Tatelhana que foi sempre tão bacana..."
Desde que ele se foi, como pipoca sozinha. E sempre que posso, faço a piadinha que ele adorava: "Ô Fulano, aproveita que você vai na cozinha colocar coca pra mim e põe um pouquinho pra você!"
Desde que ele se foi, lugares muito brancos me lembram dele. Não sei porque, mas me lembram.
Desde que ele se foi, quero acender uma vela. Mas, não sei o porquê, me parece que ainda não é a hora.
Desde que ele se foi, me apeguei mais à minha família. Especialmente à família do meu pai. O amava tanto e espero que ele tenha ido embora sabendo disso. Assim como quero que as pessoas da família do meu pai, com quem não tive tanto a oportunidade do convívio, saibam disso quando se forem.
Desde que ele se foi, prometi para mim mesma não brigar com minha avó. Quando vim embora tinha brigado com ele por alguma bobeira e não pedi desculpas. Espero que minha avó não se vá tão cedo mas, quando ela for, quero que tudo entre nós esteja na mais perfeita paz.
Desde que ele se foi, sempre penso no quanto fui privilegiada. Fui a última pessoa que ele tirou num amigo secreto, mesmo que tenha havido confusão na hora da entrega dos presentes.
Desde que ele se foi, tenho ficado mais tranquila em relação à morte. Sei que, quando chegar minha vez, ele vai estar me esperando. Talvez seja bobeira, mas a idéia de encontrá-lo novamente fez com que o medo que eu tenho da morte diminuísse radicalmente. Isso se torna ainda mais acalentador quando me lembro da vez que ele me disse que ia antes para preparar, no céu, a casinha com que ele tanto sonhava aqui. "Sua avó merece, vai ser do jeitinho que ela sonha", me disse.
Desde que ele se foi, procuro pedacinhos dele em cada canto. Seja no chaveiro que ele havia deixado com minha avó ou no Pinnochio de pelúcia que ele me deu, certa vez. Ou nas fotos que fuço, volta e meia.
Desde que ele se foi, coleciono lembranças. Como a dele indo jogar futebol com a gente quando já não tinha mais a rigidez das pernas e caindo, acidentalmente. Ou na vez em que eu, minha mãe e meus irmãos sofremos um acidente de carro e como ele, heróicamente, nos encontrou na estrada. Ou a mais antiga delas que tenho, quando eu era pequena e tomava banho, sozinha, na banheira, e o xampu caiu no meu olho e ele saiu correndo para me socorrer, ao ouvir o meu choro. Ou então a memória que mais gosto, de pouco tempo antes dele ir embora. Passamos a virada do ano na casa do meu tio e voltamos tarde para casa, de manhã, já. Ao chegar lá, quando ia me deitar, ouvi minha avó falando com ele, no quarto. Como fazia menos de uma semana que ele tinha passado mal no quarto, bati na porta. Ele não conseguia respirar direito. Demorou um tempo até o levarmos para o hospital, minha avó imaginava que apenas a inalação iria resolver. Enquanto voltavam à casa do meu tio para buscar o inalador, eu fiquei do lado da cama dele, o ajudando. Ele pedia para ajudá-lo a se levantar, eu ajudava. Não melhorava, deitava de novo. Nada. Pedia ajuda. E assim foi, até chegar o inalador. Como a inalação não resolveu, a vó foi levá-lo ao médico e eu, fui para o quarto, já que tinha virado a noite e estava cansada. Ele perguntou à minha avó, quando o portão da garagem estava abrindo: "Benzinho, a Paulinha não vem não? Ela é tão boazinha com a gente..." Eu fui. Ele, inclusive, quis que o acompanhasse à sala do médico, não a minha avó. Pode até parecer pouco, mas me senti muito importante aquele dia. Eu, que a vida inteira precisei do meu avô, podia ser um pouco útil, naquele momento.
É, desde que ele se foi ficou um vazio "impreenchível" em mim. E uma vontade enorme de reencontrá-lo para poder abraçar e beijar tanto, pedir desculpas e dizer, em voz alta: te amo, vozinho. Porque, desde que ele se foi, minha voz fica embargada com essa frase.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um ano...

... e vou deixar pra você falar sobre a falta que faz, Paulinha.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pensando bem...


Quando vim para Valença, levei um susto com o número de pessoas que, nesta região, processam o banco. No início, fiquei mesmo admirada. Depois, passei por um processo de auto crítica, analisando e vendo que o atendimento, por vezes, é mesmo deficiente. Logo após, veio o período de indignação, tantas e tantas pessoas processando o banco para, como se diz por aqui, "se dar de bem": assinou um contrato, deixou de usar a conta que ainda ficou negativa, não quer pagar e ainda quer ganhar em cima. O nome foi para o SERASA porque estava devendo e não foi avisado, quer idenização por danos morais (pô, mas não tava devendo? Todo mundo sabe que, devendo, o nome vai pro SERASA/SPC!!!)... e assim vai.

Hoje, neste exato momento, penso em processar um órgão desses. O fornecimento de água aqui é de responsabilidade do SAAE. Em maio, junho, não me lembro, tive minha água cortada num final de semana - e não estava atrasada. Tive que tomar banho na casa de colegas, foi constrangedor - mas tudo bem, deixei passar. Agora, mês passado, fui notificada de que iam cortar a água porque estavam sem pagamento os meses 10 e 11. Liguei lá, mexi nas coisas (tá, sei que devo guardar todos os recibos juntinhos), dei os recibos ao meu filho que estava de férias aqui e ele foi lá: "mãe, ela disse que tá tudo bem." Ok, então.

Ontem me chega no trabalho a vizinha, dizendo que vieram cortar minha água pelo mesmo motivo. Pode???? Não dá vontade de processar uma meleca destas, afinal? É muitomuitomuito constrangedor as pessoas vendo que sua água foi cortada por falta de pagamento - principalmente quando não tem falta de pagamento. Mas o pior é: não encontro os recibos. Não sei onde meu filho colocou, ele não se lembra, o que é normal pois a casa estava cheia e é pequena, e... tudo bem, eu nem queria mesmo processar o SAAE. Eu ia ficar feliz só de não ter que pagar de novo o que já paguei. Mas, pelo andar da carruagem...

:/

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Tô com sintomas de saudade...

Às vezes eu queria que o mundo fosse mesmo plano. Assim a gente não ia ter tanto lugar pra correr. A gente ia ficar mais perto de quem a gente ama, sempre.
Às vezes eu queria não sentir saudades. Ser menos manteiga derretida, mais decidida, me importar menos com os outros.
Mas eu não sou assim. Não consigo ser assim.
Agora, nesse exato momento, queria que essa tal de saudade, que tanto me acompanha, me deixasse em paz. Me doesse menos, me maltratasse menos.
E que eu pudesse ter dito ao menos tchau.
Ou até logo, quem sabe.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Constatação.


É preciso muito pouco pra ser feliz.
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