quarta-feira, 9 de setembro de 2009

De meritis, in perpetuum


Era uma vez uma menininha que cresceu e virou gente grande (tá, só de vez em quando).

Aí a menininha estudou e escolheu uma profissão pra trabalhar, como toda gente grande.

Acontece que a menininha escolheu fazer algo que ela gostava - e coincidentemente, o que ela escolheu tinha sido o sonho da mãe dela um dia.

A mãe dela ficou preocupada: "Menininha, menininha... você não quer isso só porque era o sonho da mamãe não?".

O pai dela ficou preocupado: "Menininha, menininha... você não quer isso só porque era o sonho da sua mãe não?"

Muita gente ficou preocupada: "Menininha, menininha... você não quer isso só porque era o sonho da sua mãe não?"

Mas a menininha (que sabiamente não demonstrava) era mais esperta que muita gente mais velha, não deu nem tchum pra esse povo todo e seguiu seu caminho. Ela sabia, no seu coração, que era o seu sonho que buscava. Que culpa tinha ela se sua mãe tinha sonhado um sonho parecido com o seu?

E a menininha seguiu seu caminho, e mostrou pras pessoas que ela sabia o que queria da vida.
E a vida continuava.

Um dia a menininha ligou pra mãe dela. "Adivinha o que tô fazendo?", ela disse, "a primeira compra pra minha geladeira!". A menininha tinha comprado uma geladeira nova pra sua casa nova na vida nova que ela tinha escolhido.

A mãe dela nem ficou preocupada: "Meninina, menininha... você tá realizando o sonho da sua mãe."

E a mãe dela ficou feliz: "Menininha, menininha... você nem sabe que o sonho da sua mãe é saber você realizada e feliz."

E a menininha continuou seguindo seu caminho: foi ser feliz, que esse era o sonho bom de viver.
P.S. Eu queria falar do meu orgulho, da minha alegria, da minha realização vendo minha filha crescer e caminhar como tem que ser, porque afinal assim é a vida, não é? Mas não consigo. Por mais palavras que use, por mais sentenças que profira, por mais que tente verbalizar não consigo expressar a complexidade e a simplicidade do sentimento que me invade cada vez que constato, embevecida, que vocês cresceram e são perfeitamente capazes de cuidar de si, de trilhar seu caminho, de seguir em frente.
Filhota, eu te amo. E tudo o mais que você já sabe.
Obrigada (por me permitir crescer com você). Obrigada (por tudo, enfim.).

2 comentários:

Paula de Assis Fernandes disse...

Menininha, menininha, não tem o que agradecer. Afinal, se alguém me permitiu algo, foram a senhora e o meu pai. E eu que tenho que agradecer, infinitamente. Embora, mesmo crescendo, continue sendo aquela menininha indecisa de sempre, que, mesmo já percorrido parte do caminho, morre de medo de ter pegado a trilha errada.
De qualquer forma, vamos em frente que atrás vem gente!!!
=)))
Também amoamo!
Muito!
Beijoo

Anônimo disse...

De uma coisa eu sei. A menininha não se tornou professora. !

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